quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Google a digitalização em massa no Brasil

Google fecha acordo com mais de 100 editoras

O Google não teve sucesso em sua empreitada para digitalizar as obras
da Biblioteca Nacional (BN), mas isso não significa que os negócios com o
"Google Books Search" deixaram de caminhar no país. Como o gigante das
buscas não encontrou outra biblioteca de porte que justificasse o patrocínio
de um laboratório de digitalização, a decisão foi centrar fogo nas editoras.

Até um ano e meio atrás, diz Rodrigo Velloso, diretor de
desenvolvimento de negócios do Google, a empresa havia fechado 15 parcerias
no país. Hoje, os acordos envolvem mais de 100 editoras, entre elas nomes
como Record, Loyola e Artmed.

Ao fechar uma parceria com o Google, a editora oferece, em formato
digital, 100% do conteúdo de seus livros para o Google. Para a internet,
porém, só vai parte desse conteúdo. O contrato prevê que um mínimo de 20% da
obra seja oferecida ao internauta, mas a editora pode aumentar esse
percentual, se preferir.

A função da ferramenta, diz Velloso, não é colocar todo o conteúdo de
livros na rede, mas ajudar o usuário a descobrir livros, saber onde
comprá-los ou pegá-los emprestados. De acordo em acordo, o Google alimenta a
sua base de informações e aumenta o tráfego em suas páginas, remuneradas
pela publicidade on-line. "Hoje, temos mais de 1 milhão de títulos
digitalizados em todo o mundo", comenta Velloso. "No Brasil já são mais de
20 mil títulos."

As grandes redes de livrarias do país são o próximo alvo da ferramenta
de busca mais popular do mundo. Há dois meses, a companhia fechou um acordo
com a Livraria Cultura para oferecer uma versão personalizada de seu Google
Books Search. Ao acessar o site da livraria em busca de um livro, o usuário
poderá ler trechos daquela obra. "Isso será possível, é claro, se o livro
pertencer a alguma editora que é já nossa parceira", explica Velloso.

Segundo os dados mais recentes da Câmara Brasileira do Livro (CBL), o
volume de livros vendidos em 2007 foi de cerca de 329 milhões de exemplares,
um aumento de 6,06% em relação ao ano anterior. O mercado editorial
brasileiro registrou um faturamento de R$ 3,013 bilhões no ano passado, com
crescimento de 4,62%. O governo permanece como o maior comprador, com
investimentos de R$ 726,8 milhões, cerca de 24% do total de vendas do setor.
(Valor Econômico, 3/10)


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Prof. Murilo Bastos da Cunha, Ph. D.
Universidade de Brasília/Dept. Ciência da Informação e Documentação
Campus Universitário
Brasília, DF 70900-910 Brasil
blog: http://a-informacao.blogspot.com/

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