segunda-feira, 22 de março de 2010

Centenário da Colônia Agrícola da Constança- 130 Anos da Imigração Italiana em Leopoldina- Contagem Regressiva nr. 8

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Você está convidado a comemorar conosco.

Centenário da Colônia Agrícola da Constança

130 Anos da Imigração Italiana em Leopoldina

Local: Capela de Santo Antonio de Pádua, Bairro da Onça, Leopoldina-MG.

Rodovia BR- 116, km 770. Veja mapas e imagens do local.

 

 

Dia 10 de abril de 2010, sábado

19:00 horas – Banda Princesa Leopoldina

20:00 horas – A Tarantela – Dança com o Grupo Assum Preto

20:45 horas – Coral Encanto

21:00 horas – Banda Primeiro de Maio

21:30 horas – Coral Antique

Dia 11 de abril de 2010, domingo

09:30 horas – Concentração da Associação de Veículos Antigos de Leopoldina (AVAL) e colecionadores de associações de outros municípios na Praça João XXIII, no centro de Leopoldina, saindo em carreata para a Capela de Santo Antonio, no Bairro da Onça.

11:00 horas - Missa campal comemorativa.

12:00 horas – Almoço (adesão)

Após o almoço, leilão e apresentação de paraglider.

 

Seja você descendente de nossos imigrantes ou não, venha comemorar e traga a sua família e amigos.



Contagem Regressiva é um informativo sobre a Colônia Agrícola da Constança, da cidade de Leopoldina, MG. Trará destaques sobre o projeto de resgate de sua história e notícias do movimento para comemorar o Centenário em abril de 2010.

 
 
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Zecchini ou Zachini? - Imigrantes em Leopoldina, MG

 

Imigrantes em Leopoldina, MG

Zecchini ou Zachini?

 

Duas foram as razões para optarmos por responder aos comentários de nossos leitores através de novas postagens. A primeira é que o conteúdo nem sempre se relaciona à postagem onde foi feito o comentário. Tem sido comum receber perguntas sobre assuntos completamente diferentes e, se autorizássemos a publicação do comentário e ali o respondêssemos, seria difícil que outros interessados o localizassem.

O segundo motivo é a preservação do endereço de e-mail de nossos correspondentes. É fundamental que o leitor indique um endereço para resposta mas não queremos que sejam identificados pelos robots e se tornem alvo de spam. Por isto, ao mesmo tempo em que enviamos resposta direta a quem fez o comentários, publicamos aqui a nova postagem.

Um leitor pergunta se Zachini e Zecchini são o mesmo sobrenome e acrescenta que encontrou a forma Sachim e Sechine em sua família. O que podemos informar é que o genearca Gaetano Zecchini, procedente da Emilia-Romagna, era casado com Luigia Loffi e foi pai de Emma, nascida na Italia, e de Irma, nascida no distrito de Providência em 1899. O casal pode ter tido outros filhos que não localizamos.

De Antonio Zachini, casado com Annunciata Toccafondo, não temos informações muito seguras. É possível que ele seja o passageiro do vapor Les Andes que saiu da Hospedaria Horta Barbosa em 1887 com destino a Matias Barbosa. Neste caso, a origem da família é Arezzo, na Toscana e Antonio ficou viúvo ainda em Matias Barbosa, por volta de 1900. 

Os Toccafondo passaram ao Brasil em 1896 e também foram para Matias Barbosa. Annunciata Toccafondo e Antonio Zachini foram pais de Delina, nascida por volta de 1906 em Matias Barbosa e casada com Saul Antonio Maimeri, Francisco casado com Maria de Lourdes Rodriguez, Pedro casado com Nizia Lacerda, Helena e João.

Não temos referência às outras duas variações indicadas pelo leitor. Conhecemos apenas a forma Zaquine em Leopoldina, relativa aos descendentes do último casal acima citado.
 
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Lucimary Vargas
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Italianos no distrito de Providência (final) - Imigrantes em Leopoldina, MG

 

Imigrantes em Leopoldina, MG

Italianos no distrito de Providência - final

 

O leitor interessado nos italianos do distrito de Providência listou alguns nomes que não constam de nossos arquivos. Talvez por serem variações de grafia. Como ele não incluiu o e-mail no comentário, concluímos nossa resposta aqui pelo blog, citando alguns personagens que podem corresponder às últimas famílias consultadas por ele.
  • Brandi - Assim como Brand e Brando, é uma variação da palavra germância branda que significa espada ou gládio. O sobrenome tem o sentido de guerreiro. Em Leopoldina encontramos, além dos descendentes de Braz Brando que viveu na Colônia Agrícola da Constança, referência a Vincenzo Brandi que foi sepultado na sede municipal em 1917.
  • Breschiliaro, Antonieta  - nasceu em 1897 em Providência, filha de Pietro Breschiliano e Luigia Zanetti.
  • Bruni, Albina  - era casada com Giacomo Minelli, família contratada para Providência mas que se espalhou pelo município, com forte incidência em Ribeiro Junqueira. Alvina faleceu na sede municipal em 1916.
  • Bugghaletti, Rigo  - nasceu em 1897 em Providência.
  • Guidotti - Pietro Guidotti com a esposa Vida Matuzzi e três filhos foram para fazenda de São Martinho em 1897. Nomes dos filhos: Alfredo, Silvio, Emilio. Em Providência nasceram Vicente (1899) e Silvio (1902).
  • Lovisetti, Maria Marcolina  casou-se em 1901, no distrito de Ribeiro Junqueira, com Domenico Claudio Finotti. Migraram para Carangola, MG.
  • Scarelli, Adolfo - nasceu em 1898 no distrito de Providência, filho de Francesco Scarelli e Teresa Federici.
  • Vavassovi - Alessando Vavassovi e a esposa Angela Marchetti viviam no distrito de Providência em 1897, quando nasceu um filho do casal falecido no mesmo ano. Este filho aparece em fontes documentais como Giuseppe Vavassovi e também como Joseph Brasile Vavassovi.
  • Zini - Antonio Zini passou ao Brasil em 1877, instalando-se na Colônia Grão Pará, atual município de Orleans, Santa Catarina. Em 1895 já estava em Leopoldina, tendo falecido no distrito de Piacatuba em 1902. Seus filhos constituiram família na cidade: Luigi casou-se com Rosa Farinazzo e Giuseppe casou-se com Orsola Cagliari. Alguns descendentes migraram para a região de Governador Valadares.
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Zignago e Bogonhe - Imigrantes em Leopoldina, MG

 

Imigrantes em Leopoldina, MG

Zignago e Bogonhe

 

Do distrito de Piacatuba recebemos uma pergunta:
Zignago e Bogonhe são sobrenomes italianos?
Recorremos ao Dicionário de Sobrenomes Italianos, de Ciro Mioranza, para informar que existe o sobrenome Zignago, como locativo de região setentrional da Itália, cuja origem remonta a Zignaculum do latim médio que, por sua vez, pode ser uma composição de Junus com o sufixo diminutivo àculum, significando pequenas terras do cidadão Junius.

Lembrando que a letra "J" é rara em italiano, Junius transformou-se em Giugno e é o nome do sexto mês do ano civil. Em outras localidades brasileiras encontramos Giugnano e Giugnago sem contudo termos identificado relações com os Zignago que nasceram em Piacatuba no final do século XIX.

Quanto ao Bogonhe, por coincidência conversamos, na semana passada, com a amiga Joana Capella que está pesquisando a Colônia Major Vieira, fundada na região que hoje marca a divisa entre Itamarati de Minas, Piacatuba e Cataguases. Em Piacatuba temos referência a Angelina Bogonhe que ali se casou com Alexandre Possenti em 1906. Talvez seja uma variação brasileira do sobrenome Bologni, locativo referente à província de Bologna, na Emilia-Romagna. Mas os pais de Angelina e Alexandre não residiam no município de Leopoldina que é o objeto de nossos estudos. É provável que o casamento tenha sido realizada na Matriz de Nossa Senhora da Piedade, assim como de alguns outros italianos residentes nos municípios vizinhos, por maior facilidade de acesso.
 
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Convite para o evento no Globo On Line - 130 anos da Imigração Italiana em Leopoldina

 

Imigrantes em Leopoldina, MG

Convite para o evento no Globo On Line

 

O Conversa Mineira desta semana convida os leitores do Blog do Noblat / Maria Helena para o evento comemorativo do Centenário da Colônia Agrícola da Constança e os 130 anos da Imigração Italiana em Leopoldina.

130 anos da Imigração Italiana em Leopoldina

 

Continuamos hoje a responder nosso leitor que consultou sobre imigrantes italianos em Providência. E acrescentamos uma informação: a definição de 130 anos da Imigração em Leopoldina baseou-se na análise dos livros paroquiais. No ano de 1880 começam a aparecer os registros de italianos, sendo que os mais antigos remetem ao distrito de Campo Limpo, hoje Ribeiro Junqueira, como os De Marchi, os Rossi e Tambasco.

  • Binato, Doroteo  - nascido em Além Paraíba, casou-se em 1929, em Leopoldina, com Olga Gadas. Ela era natural do Egito e seu pai radicou-se no distrito de Ribeiro Junqueira depois de casar-se, em Providência, com a italiana Engracia Marsola.
  • De Marchi, Giovanni - radicado em Ribeiro Junqueira desde a chegada ao Brasil, em 1888, uma de suas filhas permanecia naquele distrito em 1942. Mas há um Marcelino de Marchi que chegou da Italia no mesmo ano e que pode ter vivido em Providência. Não era parente de Giovanni.
  • De Vitto, Michele  - casou-se em Leopoldina, em 1897, com a também italiana Angela Iborazzatti. Não sabemos onde residia.
  • Detabian, Giudetta Enricheta  - chegou a Leopoldina em 1888, casada com Domenico Zotti. Faleceu na sede municipal em 1911. Seus descendentes migraram para Simonésia, MG.
  • Fortunata, Alba  - casada com Daniele Locci, chegou em 1897 e foi morar em São Martinho, Providência.
  • Grace, Rosa  - italiana, em 1942 residia em Ribeiro Junqueira. Foi casada com Abrahão Miguel, provável imigrante sírio que mascateava em Providência por volta de 1910.
 
 
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Convite - Imigrantes em Leopoldina, MG

 

Imigrantes em Leopoldina, MG

Convite

 

Você está convidado a comemorar conosco o Centenário da Colônia Agrícola da Constança e os 130 Anos da Imigração Italiana em Leopoldina.

Dia 10 de abril de 2010, sábado.
  • 19:00 horas – Banda Princesa Leopoldina
  • 20:00 horas – A Tarantela – Dança com o Grupo Assum Preto
  • 20:45 horas – Coral Encanto
  • 21:00 horas – Banda Primeiro de Maio
  • 21:30 horas – Coral Antique

Dia 11 de abril de 2010, domingo.

  • 09:30 horas – Concentração da Associação de Veículos Antigos de Leopoldina – AVAL e colecionadores de associações de outros municípios, na Praça João XXIII, saindo em carreata para a Capela de Santo Antonio, no Bairro da Onça.
  • 11:00 horas - Missa campal comemorativa.
  • 12:00 horas – Almoço (adesão)
  • Após o almoço, apresentação de paraglider.

Local: Pátio da Capela de Santo Antonio de Pádua, no Bairro da Onça, Leopoldina-MG, Rodovia BR-116, km 770. Veja mapas e imagens do local.

Seja você um descendente de nossos imigrantes ou não, venha comemorar e traga a sua família e amigos.
 
 
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Italianos no distrito de Providência - Imigrantes em Leopoldina, MG

 

Imigrantes em Leopoldina, MG

Italianos no distrito de Providência

 

Recebemos uma longa lista de sobrenomes italianos que seriam de famílias radicadas no distrito de Providência. De fato aquele distrito concentrou uma grande comunidade italiana mas permitimo-nos discordar do leitor num aspecto: não foi maior do que a radicada nas outras áreas do município de Leopoldina. Como sempre informamos, não temos a preocupação em quantificar. Entretanto, sabemos que outros distritos, assim como a sede municipal, abrigaram um número tão expressivo de imigrantes quanto Providência.

Ainda não nos foi possível analisar cada um dos sobrenomes informados pelo leitor, especialmente por conta das variações ortográficas. No momento podemos dizer apenas que:
  • Antonin, Salvatore - italiano, falecido e sepultado em Leopoldina aos 09 de junho de 1906;
  • Baqueca, Eugenia - italiana cujo sobrenome original ainda não identificamos, casou-se em Leopoldina aos 29 de abril de 1893 com o imigrante espanhol Romão Lomba;
  • Barboni, Giuseppe - casado com Vitonia Menecci, vivia em Providência em 1899 quando sua filha Annunziata casou-se com Giuseppe Betti, cuja família viveu em Além Paraíba e depois em Leopoldina;
  • Beccari, Aldo - nasceu em Providência aos 3 de março de 1898, filho de Enrico Beccari e Adolfa Bighelli, cujo sobrenome pode ser Biglietti e ter parentesco com Luigi Bigleiro ou Biglietti, morador do distrito de Ribeiro Junqueira na mesma época;
  • Berlandi, Carmela - sobrenome original também ainda não identificado, veio da Itália casada com Pietro Tartaglia que foi contratado em 1896 para trabalhar em fazenda do distrito de Providência;
  • Bertocchi, Pietro - saiu da Hospedaria Barbosa em dezembro de 1888, com destino a Leopoldina e provavelmente migrou depois para o município de Palma;
  • Rossi, Domenico - morador em Ribeiro Junqueira  em 1880, sendo um dos primeiros italianos a chegar no município de Leopoldina na fase da Grande Imigração; pai de Maria Clara Rossi que se casou com Luigi Bigleiro ou Biglietti acima citado.
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Localização da Capela de Santo Antônio, Leopoldina, MG - Imigrantes em Leopoldina, MG

 

Imigrantes em Leopoldina, MG

Localização da Capela de Santo Antônio, Leopoldina, MG

 

Navegue pelo Google Maps para conhecer o local onde foi fundada a Colônia Agrícola da Constança.
E, se quiser, veja outras imagens aqui.

 
Visualizar Colônia Agrícola da Constança em um mapa maior

Qual a forma correta de escrever meu sobrenome? - Imigrantes em Leopoldina, MG

 

Imigrantes em Leopoldina, MG

Qual a forma correta de escrever meu sobrenome?

 

Em primeiro lugar, vamos lembrar que, pelas Instruções para a Organização do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, conforme constante no VOLP de 2009 publicado pela editora Global, de São Paulo, temos na página LXXVI:
XI – Nomes Próprios
39. Os nomes próprios personativos, locativos e de qualquer natureza, sendo portugueses ou aportuguesados, serão sujeitos às mesmas regras estabelecidas para os nomes comuns.
Com pequenas variações que não invalidam o conteúdo, as normas em outras línguas são as mesmas. Ou seja:
X – Parônimos e Vocábulos de Grafia Dupla
33. Deve-se registrar a grafia que seja mais conforme à etimologia do vocábulo e à sua história.
Em outra oportunidade já abordamos este tema, especialmente quanto à duplicidade de grafia de vários sobrenomes encontrados em Leopoldina. Se consultarmos os autores italianos, verificaremos que o mesmo ocorre por lá. Traduzimos, a título de exemplo, a declaração de Paola Marongiu na obra Breve Storia della Lingua Italiana Per Parole, publicada em 2000 pela editora Le Monnier, de Firenze: (pag. 111)
usa-se a língua para escrever e o dialeto para falar
Na mesma obra podemos aprender que "língua" é a forma como se referem à forma padrão, também indicada como "o italiano". A autora esclarece que as variedades regionais continuam sendo adaptadas ao "italiano standard" que é o modelo da língua escrita e foi estabelecido a partir do dialeto da Toscana, mais especificamente da língua falada em Firenze e imediações.

E já que estamos abordando o assunto, não podemos deixar de citar Gramsci, para quem
o caráter elitista da língua italiana [decorre de ter sido] elaborada pela classe dominante, sendo necessário dar acesso a esta língua aos estratos inferiores da sociedade para resgatá-los da condição de inferioridade.
(tradução livre de um trecho do Quaderni del Carcere, publicado em 1950).

Ou seja: nada diferente do que acontece em outras línguas. Em Leopoldina há até uma lenda a respeito de uma grande família na qual existiam pessoas com bom poder aquisitivo e outras que passavam por grandes dificuldades. Contam os antigos que uma pessoa desta família decidiu marcar a diferença entre os seus, que eram mais ricos, e aqueles parentes muito pobres, exigindo que o oficial do Cartório registrasse seus filhos duplicando uma determinada letra do sobrenome.

Independente das lendas, o fato é que encontramos, em diversas famílias italianas, duas grafias diferentes. Num destes casos consultamos o Archivio di Stato di Venezia e recebemos a seguinte resposta:
XXX ma poi individuato come YYY
Sendo assim, reiteramos o que já comentamos em postagem recente: é preciso pesquisar a etimologia do nome e escolher a metodologia de trabalho. No nosso caso, optamos pela grafia encontrada em documento italiano ou, na falta deste, na mais antiga fonte documental brasileira.

Não é possível extrair conclusões em uma busca apressada. Um exemplo envolve Dalsin e Dalassim que um leitor julgou como variações de um mesmo sobrenome. Segundo Ciro Mioranza, no Dicionário dos Sobrenomes Italianos que utilizamos, Dall'Asen é a composição de dall (do em português) com àsen (asno, em latim) e significa o criador ou mercador de asnos, bestas de carga, cavalos. Já o sobrenome Da Lasen é um locativo por referência a uma região nos alpes denominada Làsen, cujo nome tem origem no etrusco Lasinius e atualmente tem a variação Dalsin.

Estes dois sobrenomes aparecem em Leopoldina em Ursula Dalsin, mulher de Giovanni Batista Pradal e em Luigi Dalassim, cuja filha Magdalena casou-se com Domenico Meneghetti. Lembramos que a primeira veio do norte de Treviso e o segundo do sul de Venezia mas não temos elementos para identificar origem remota igual ou diversa para as duas famílias. Sendo assim, optamos por registrar as duas formas.

Caso diferente nos parece ser o de Venturi e Venturini, sobre os quais um outro leitor alegou serem descendentes de um único personagem. Mioranza dá a mesma origem para os dois sobrenomes: Ventura, redução popular e coloquial de Bonaventura, significando pessoa de sorte.

Descobrimos que Carlo Venturi, o genearca do grupo radicado em Santa Isabel (hoje Abaíba) na década de 1890, procedia de Verona. Já o Carlo Venturini vivia na divisa de Piacatuba com Itamarati na mesma época e procedia de Ravenna, na Emilia-Romagna.

Consultamos pesquisadores italianos e fomos informados de que Carlo Venturini era descendente de Francesco Venturini, nascido em Parma, Emilia-Romagna, em 1744, e que esta família ali existia desde dois séculos antes. Através de outro colaborador italiano, soubemos que Carlo Venturi pertence à família de Domenico Venturi, radicada desde 1723 em Catanzaro, na Calabria. Evidentemente não podemos eliminar a hipótese de migração interna de membros desta família. Na falta de comprovação, mantivemos as duas formas.
 
 
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Genealogia dos nossos Imigrantes - Imigrantes em Leopoldina, MG

 

Imigrantes em Leopoldina, MG

Genealogia dos nossos Imigrantes

 

Onde eu encontro a genealogia do sobrenome X?

Esta é mais uma questão que demanda algumas explicações. Em primeiro lugar, lembramos de uma afirmação de Rivers, em O Método Genealógico na Pesquisa Antropológica, em que ele declara que
"as genealogias incluem enorme quantidade de informações valiosas para um estudo exato de vários problemas".
De fato, o conjunto de genealogias dos imigrantes que viveram em Leopoldina comprovou que o método permite conhecer uma quantidade expressiva de informações importantes para resgatar a memória daquele grupo social. Entretanto, é preciso ter em mente que a "árvore genealógica" é construída a partir de indivíduos e não a partir de sobrenomes. Para atendermos consultas sobre as genealogias, é preciso que nos informem o nome do personagem e nos forneçam algumas pistas como datas e locais de nascimento, casamento ou óbito. Para os que nasceram em Leopoldina antes de 1930, provavelmente teremos alguma informação.

Como temos feito nas demais respostas, aqui citamos como exemplo a consulta sobre um personagem de sobrenome Franzone. No desenrolar da troca de mensagens, o leitor descobriu que seu antepassado não pertencia à família do imigrante Luigi Franzone. Isto só foi possível porque nosso leitor construiu a sua própria "árvore de costado", ou seja, coletou informações de seus pais e avós e nos informou a data e o local de nascimento do personagem que acreditava ser filho do imigrante. De imediato levantamos a hipótese de pertencer a outro grupo familiar, já que a pessoa nasceu em outra região brasileira e em data incompatível com a idade da mãe.

Segundo as fontes que basearam a inclusão do personagem em nosso banco de dados, em sua maioria documentais, Luigi Franzone passou ao Brasil em 1895, com a esposa Emilia Filoti e os filhos Cecilia, Fiorenzo e Maria. Foram contratados para trabalhar numa fazenda em Recreio e tiveram, pelo menos, mais 3 filhos: Carmen, Hercilia e José. Estes dois últimos nasceram, respectivamente, em 1901 e 1903, em Leopoldina. Pelo registro de entrada no Brasil, Luigi nasceu em 1864 e Emilia em 1869, ambos em Candia, Torino, Piemonte. Outras datas importantes: o casal é mencionado como residente em Leopoldina em assentos paroquiais dos anos de 1911, 1912, 1914, 1918 e 1926. Portanto, é pouco provável que tenham tido um filho na Bahia, em 1926. Ainda mais se considerarmos que, nesta época, Emilia Filoti estaria com 57 anos.

É possível que Luigi Franzone e Emilia Filoti tenham tido um filho homônimo do pai e que, por coincidência, tenha se casado com homônima de sua mãe. Tal personagem, entretanto, não aparece nas fontes que consultamos. Tampouco encontramos genros ou noras de mesmo nome. Pelo que nos foi dado apurar, Maria Franzone casou-se no povoado de São Martinho com Antonio Carlos Bittencourt; Carmen casou-se em Providência com Alfredo Antinarelli; Hercilia casou-se com César Augusto Borella e José Franzone casou-se com Anatilde Spinola em Leopoldina.

A última notícia que tivemos de nosso leitor talvez explique as informações desencontradas. Segundo ele, um seu primo copiou a árvore genealógica da internet e não sabia as fontes utilizadas pelo autor do trabalho. Aí está um ponto fundamental: é preciso analisar a procedência da informação, preferencialmente fazendo uma comparação entre diversas fontes e analisando a lógica dos acontecimentos, antes de assumir que fulano é filho de beltrano.
 
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