quarta-feira, 19 de novembro de 2008

20 de Novembro: DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA


Sobre Zumbi dos Palmares

Dia 20 de novembro foi transformado em Dia Nacional da Consciência Negra pelo Movimento Negro Unificado (em 1978). A data foi escolhida em homenagem à morte de Zumbi, líder máximo do Quilombo de Palmares e símbolo da resistência negra, assassinado em 1695.O Quilombo dos Palmares foi fundado no ano de 1597, por cerca de 40 escravos foragidos de um engenho situado em terras pernambucanas. Sua história é marcada pela luta de um guerreiro, que dedicou sua vida inteira pelo direito de igualdade e liberdade de seu povo.Um recém-nascido, descendente dos guerreiros imbangalas ou jagas de Angola, foi levado pelos invasores e entregue como presente a Antônio Melo, um padre da vila de Recife, que o batizou com o nome de Francisco.Foi criado e educado pelo religioso, que lhe ensinou a ler e escrever, noções de latim e a estudar a Bíblia. Aos 12 anos, o menino era coroinha. Entretanto, a população local não aprovava a atitude do pároco, que criava a criança como filho, e não como servo.Apesar do carinho que sentia pelo seu pai adotivo, Francisco não se conformava em ser tratado de forma diferente por causa de sua cor. E sofria muito vendo seus irmãos de raça sendo humilhados e mortos nos engenhos e praças públicas. Por isso, quando completou 15 anos, o franzino Francisco fugiu e foi em busca do seu lugar de origem, o Quilombo dos Palmares.Bastante determinado e corajoso, o garoto não se abateu com a distância de mais de 100 quilômetros que tinha que percorrer para finalmente chegar à Serra da Barriga, no sertão nordestino, uma poderosa região formada por milhares de escravos. Lá, foi recebido por uma família e ganhou um novo nome. Agora, Francisco era Zumbi. O território muito bem organizado era formado por um Conselho de Chefes que cuidava das leis, sob o comando de Ganga Zumba, tio de Zumbi, que assumia a função de rei.Aos 17 anos, Zumbi tornou-se general de armas do quilombo, uma espécie de ministro de guerra nos dias de hoje. Em pouco tempo de reinado fez com que o quilombo se tornasse uma verdadeira cidade. Abrigava não apenas os escravos, mas também índios e brancos foragidos. Na virada do século XVII, o número de escravos e libertos, reunidos em Palmares, somava cerca de três mil quilombolas.Eles viviam de acordo com sua cultura africana, desenvolvendo uma agricultura avançada para os padrões locais e da época, plantando cana-de-açúcar, milho, feijão, mandioca, batata e legumes; fabricando artefatos de palha, manteiga e vinho; criando galinhas e porcos; e desenvolvendo uma organizada atividade metalúrgica, necessária à sua subsistência e à sua defesa. Na época colonial, o Brasil chegou a ter centenas dessas comunidades espalhadas, principalmente, pelos atuais estados da Bahia, Pernambuco, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais e Alagoas.Em 1630, o estado de Pernambuco foi invadido pelos holandeses que obrigaram os senhores de engenho a abandonar suas terras, fato que beneficiou a fuga de um grande número de escravos que se abrigaram no Quilombo dos Palmares, em Alagoas. Isso propiciou o fortalecimento do Quilombo, que no ano de 1670 já abrigava cerca de 50 mil escravos. Para garantir a alimentação de todos, os quilombolas costumavam pegar alimentos das plantações e dos engenhos situados nas regiões vizinhas, o que acabava incomodando, não apenas os habitantes, mas também os holandeses, que resolveram iniciar um grande combate aos escravos, e depois pelo governo de Pernambuco, através dos serviços do bandeirante Domingos Jorge velho.A luta contra os negros de Palmares durou aproximadamente cinco anos. Apesar de todo o empenho e determinação, os negros chefiados por Zumbi foram derrotados. Com o extermínio do Quilombo dos Palmares pela expedição comandada pelo bandeirante Domingos Jorge Velho, em 1694, Zumbi fugiu junto a outros sobreviventes do massacre para a Serra de Dois Irmãos, então terra de Pernambuco.Contudo, em 20 de novembro de 1695, Zumbi foi traído por um de seus principais comandantes, Antônio Soares, que trocou sua liberdade pela revelação do esconderijo. Zumbi foi capturado e torturado. Jorge Velho matou o rei Zumbi e o decapitou, levando sua cabeça até a praça do Carmo, na cidade de Recife, onde ficou exposta por anos seguidos até sua completa decomposição.“Deus da Guerra”, “Fantasma Imortal” ou “Morto Vivo”. Seja qual for a tradução correta do nome Zumbi, o seu significado para a história do Brasil e para o movimento negro é praticamente unânime: Zumbi dos Palmares é o maior ícone da resistência negra ao escravismo e de sua luta por liberdade. Os anos foram passando, mas o sonho de Zumbi permanece e sua história é contada com orgulho pelos habitantes da região onde o negro-rei pregou a liberdade.O Mito e o Guerreiro Zumbi transcendem a sua pessoa e no correr dos séculos ecoam como um símbolo de resistência à subjugação do homem pelo homem. Que sua imagem mantenha acesa a chama da esperança de um dia podermos todos caminhar de mãos dadas, sem problemas raciais, pelo alcance da união fraterna entre os povos.

--Postado por ANGEL Tostes no Blog LOGRADOUROS DE MIRACEMA

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