segunda-feira, 12 de maio de 2008

VARGAS

Sobrenome de origem espanhola. Varga é, em espanhol, a parte mais pendente de uma costa. Do céltico berg, alto (Antenor Nascentes, II, 310, 387). Parte pendente da costa; do céltico berg, alto (Aulete, 1845; Anuário Genealógico Latino, V, 66). Do lugar de Vargas, província de Santander (Espanha). Solar na vila de Madri, onde vivia, em 1082, Iban de Vargas. Passou a Portugal Tristão Fernandes Vargas, que serviu em Tanger, e em 1512 obteve armas de D. Manuel I, rei de Portugal (Anuário Genealógica Latino, I, 94). Felgueiras Gayo, em seu Nobiliário de Famílias de Portugal [Tomo XXVIII], principia esta família no Reino de Castela (Espanha). Passaram a Portugal, onde se estabeleceram e se entroncaram com a casa do conde das Galveas. Antônio de Villasboas de S. Payo, em sua Nobiliarquia, diz vir de Tristão Fernandes de Vargas, que militou em Tangere no tempo do Rei D. Manuel [1495-1521], que lhe passou Carta de Brasão de Armas, porém, informa Gayo, estes Vargas serem outros, descendentes dos Senhores de La Higuera, junto de Badajóz. Em sua genealogia, portanto, Felgueiras Gayo principia com Rodrigo de Vargas, da Casa dos Senhores da dita vila de La Higuera, que passou a Portugal, segundo dizem, por ter cometido crimes em sua terra natal. Deixou geração do seu casamento em Lisboa. Brasil: No Rio de Janeiro, entre as mais antigas, registra-se a família do Cap. Francisco de Oliveira Vargas [c.1610 - 1664, RJ], que deixou numerosa descendência do seu cas., no Rio, em 1637, com Gracia da Costa [c.1615 - 1657, RJ] (Rheingantz, III, 41). Em São Paulo, estabelecida em Guaratinguetá, há a família de José de Vargas, que deixou geração de seu cas., c.1726, com Maria Goulart. Ainda, em São Paulo, há registro de um outro Francisco de Oliveira Vargas [Tavira, Algarve - 1653, SP], filho de Jerônimo Pedroso e de Isabel Gomes. Deixou geração de seu cas. com Ana Borges de Cerqueira, neta de Simão Borges de Cerqueira, patriarca desta família Borges de Cerqueira (v.s.), de São Paulo (Silva Leme, III, 535). No Rio Grande do Sul, originária das ilhas portuguesas, registra-se a família de Antônio José de Vargas [c.1758, Ilha do Fayal ], que deixou numerosa descendência, em Rio Pardo (RS), de seu cas., c.1783, com Maria Josefa [c.1761, Ilha Terceira - 24.05.1824]. Entre os descendentes do casal, registram-se: I - a filha, Ana Maria de Vargas [c.1791, RX -], estabelecida no Rio Grande do Sul. Dela descendem os Vargas, do sul do país, por seu cas., por volta de 1811, com Francisco de Paula Bueno [c.1781, São Paulo, SP -], filho de Pedro da Costa Morais e de Rita Bueno; II - o terceiro neto, Presidente Getúlio Dornéles Vargas [19.04.1883, São Borja, RS - 24.08.1954, Palácio do Catete, Rio, RJ - suicídio], advogado. Dedicando-se, inicialmente, à vida militar, assentou praça no 6.º Batalhão de Infantaria em São Borja [1898]. 2.º Sargento [1899]. Feitos os primeiros estudos, matriculou-se no exército, na Escola Preparatória [1900], sendo classificado no 25.º Batalhão de Infantaria, sediado em Porto Alegre [1902]. Desligando-se do exército, cursou a Escola de Ouro Preto, e, voltando a Porto Alegre, matriculou-se na Faculdade de Direito [1903]. Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela citada Faculdade [1907]. Promotor Público em Porto Alegre [1908-1909]. Passou a advogar em São Borja, RS [1909]. Deputado Estadual [1909-1912]. Líder da maioria e relator do orçamento. Renunciou em 1913, para dedicar-se a advocacia. Reeleito deputado Estadual [1917]. Organizador e comandante, no posto de Tenente-Coronel do 7.º Corpo Provisório em defesa da ordem e legalidade contra a revolução [1923]. Deputado Federal pelo Rio Grande do Sul [1923] e líder da bancada no Estado. Ministro da Fazenda no Governo Washinton Luiz [1926-1927]. Presidente do Estado do Rio Grande do Sul [1927 - posse 23.01.1928 a 1930]. A revolução de 1930 encontrou-o em oposição ao governo como membro da Aliança Liberal. Deposto o Presidente da República, formou-se uma junta governativa. Mas sendo Getúlio Vargas o chefe da revolução, assumiu a 03.11.1930 o governo da nação com poderes discricionários. Demorando a restauração do regime constitucional, o estado de São Paulo provocou a revolução de 1932, dominada pelo governo ao cabo de 3 meses. Instalada a Assembléia Nacional Constitucionalista, foi promulgada a nova constituição sendo ele eleito Presidente para o período 1934-1938. A 10.11.1937, dissolvido o congresso e revogada a constituição, assumiu poderes supremos. Em 1945 outro movimento político-militar obrigou-o a renunciar, assumindo a presidência o Dr. José Linhares, na qualidade de presidente do Supremo Tribunal. Tendo fundado o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), foi eleito Senador Federal pelo Rio Grande do Sul e por São Paulo. Deputado por sete estados. Candidatando-se em 1950 à sucessão do general Erico Gaspar Dutra, foi novamente Presidente da República do Brasil cargo que ocupou até a sua morte em 1954 (Brasil Genealógico, Tomo III. N.º 3, 1972, pág. 73). Com geração do seu cas., a 04.03.1910, em São Borja, RS, com Darcy Sarmanho [12.12.1894, São Borja, RS - 25.06.1968, Rio, RJ], filha de Antônio Sarmanho e de Alzira Castilho de Lima; III - o quarto neto, Dr. Manuel do Nascimento Vargas Neto [30.01.1903, São Borja, RS - ], sobrinho do anterior. Advogado, jornalista e político. Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito de Porto Alegre, RS [1927]. Advogado criminalista, juiz e promotor público em Porto Alegre. Advogou em São Borja [1929-1930]. Secretário da Procuradoria Geral do Rio Grande do Sul [1930]. Consultor Jurídico do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos [1933-1937]. Procurador da Prefeitura do antigo Distrito Federal, RJ [1934]. Deputado Federal pelo Rio de Janeiro. Presidente da Federação Metropolitana de Futebol. Membro da Ordem dos Advogados do Brasil, da Academia de Letras Fronteira Oeste, da Fundação Eduardo Guimarães. Com geração do seu cas. com Zulmira Carneiro; IV - o quarto neto, Dr. Lutero Sarmanho Vargas [24.02.1912, São Borja, RS - 1989, Porto Alegre, RS], filho familiar citado no do item II. Médico, diplomado pela Faculdade Nacional de Medicina, RJ [1937]. Médico cirurgião ortopedista. Cirurgião chefe do Centro Médico Pedagógico Oswaldo Cruz [1940]. Tenente médico da Força Aérea Brasileira, FAB, na Itália [1944-1945]. Chefe do Serviço de Ortopedia e Traumatologia da Ordem Terceira da Penitência. Membro da Academia de Medicina de Nova Iorque, do Colégio Americano de Cirurgiões, do Instituto Society Welfare of Cripples, da Sociedade Latino-americana de Cirurgia Plástica. Deputado Federal pelo então Distrito Federal, RJ [1950]. Deputado à Assembléia Constituinte do antigo Estado da Guanabara [1960]. Embaixador do Brasil em Honduras e no México. Com geração do seu cas., a 21.09.1940, no Palácio Guanabara, Rio, RJ, com Ingeborg Anita Elisabeth Ten Haeff [1915, Dusseldorf, Alemanha -], filha de Hugo Ten Haeff e de Emmy Ten Haeff; V - a quarta neta, Alzira Sarmanho Vargas [22.11.1914, São Borja, RS -], irmã do anterior. Advogada e escritora. Auxiliar de seu pai, o Presidente Getúlio Vargas, durante o Estado Novo e o seu segundo governo [1951-1954]. Preservou e doou os arquivos de Vargas para a Fundação Getúlio Vargas. Com geração do seu cas., a 26.07.1939, no Rio, RJ, com o Almirante Ernani do Amaral Peixoto, conforme vai descrito no verbete da Família Amaral Peixoto (v.s.), do Rio de Janeiro; VI - o quarto neto, Manuel Antônio Sarmanho Vargas [17.02.1916, São Borja, RS -], irmão do anterior. Engenheiro agrônomo, diplomado pela escola Agrícola Luiz de Queiroz, Piracicaba, São Paulo. Secretário de Agricultura. Presidente da Campal S. A. Prefeito do Município de Porto Alegre, RS. Com geração do seu cas., a 06.07.1954, no Rio, RJ, com Vera Maria da Silva Tavares [02.03.1930, Porto Alegre, RS -], filha de Armando da Silva Tavares e de Jeny Camargo; VII - a quinta neta, a Deputada Cândida Ivete Vargas Tatsch [17.07.1927, São Borja, RS - 1984, São Paulo, SP], advogada, jornalista. Sobrinha-neta do familiar citado no item II. Deputada federal por São Paulo, pelo PTB [1950, 1955, 1959, 1963 e 1967]. Cassada pelo AI-5 [1969]. Deputada Federal [1979-1980 e 1982]. Membro da Comissão de Diplomacia, na Câmara dos Deputados. Grã-Cruz da Ordem do Cedro, do Líbano, da Ordem dos Omayades, da Síria, da Ordem de Juan Pablo Duarte, de São Domingos. Medalha do Mérito de Santos Dumont; VIII - a sexta neta, Celina Vargas do Amaral Peixoto [25.02.1944, Rio, RJ -], filha familiar citado no do item IV. Ex-Diretora do Arquivo Nacional. Com geração do seu cas., a 15.03.1969, no Rio, RJ, com o Governador Wellington Moreira Franco [19.10.1944m Teresina, PI -], filho de Francisco das Chagas Franco e de Kerma Moreira. Heráldica: um escudo em campo de prata, com 5 burelas ondadas, de azul, e uma bordadura composta de Castela e de Leão, de 26 peças. Timbre: um leão de azul burelado de prata ondado de 5 peças (Armando de Mattos, Brasonário, 152).





Fonte: Dicionário das Famílias Brasileiras - Antônio Henrique Cunha Bueno Carlos de Almeida Barata

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