quarta-feira, 25 de setembro de 2013

IMIGRAÇÃO - COLÔNIA ALESSANDRA DE SAVINO TRIPOTI

IMIGRAÇÃO
COLÔNIA ALESSANDRA DE SAVINO TRIPOTI

Engenheira Química Jussara Nena  Cavanha Almeida



Savino Tripoti, proprietário da Colônia Alessandra, foi escolhido como bode expiatório para justificar o fracasso do processo de importação de imigrantes destinados à formação de colônias agrícolas no Brasil durante a década de 1870.

Como muitos outros empresários Savino Tripoti assinou contrato com o Governo Imperial para a implantação de colônias agrícolas particulares em solo brasileiro. Os contratos assinados previam que o governo subvencionaria a importação dos imigrantes necessários para a implantação dos projetos.

Tripoti adquiriu terras com recursos próprios conforme consta de escrituras públicas lavradas no Primeiro Tabelionato de Paranaguá, as quais se encontram preservadas e foram transcritas no livro Colônia Alessandra. Seu procurador Manoel Antonio Guimarães, o Visconde de Nacar, escolheu para fixação do empreendimento terras limitadas pelos rios Vermelho, Ribeirão, Boguaçú, Emboguaçú e Toral.  Esta área, a pouca de distância de Paranaguá-Paraná, já havia sido apontada como fértil e adequada para a implantação de colônia agrícola do Estado em documento encaminhado ao presidente da Província pela Câmara de Paranaguá no ano de 1871, documento este preservado pelo Arquivo Público do Paraná e transcrito no livro Colônia Alessandra.

 Para poder receber em adiantamento 5:000$000 (cinco contos de reis), parte dos   200:000$000 (duzentos contos de reis) previstos como subvenção a ser paga pelo governo brasileiro ao empresário para importação de imigrantes,Tripoti assinou contrato com a Fazenda Nacional.  Giácomo Nicoláo de Vicenzi interveio como fiador neste contrato. Como garantia para que pudesse ser liberado o adiantamento Tripoti hipotecou as terras da Colônia para o mencionado empresário. Em 1873, através de escritura pública preservada pelo Arquivo Nacional e transcrita no livro Colônia Alessandra, a hipoteca foi liberada passando as terras da Colônia a garantir adiantamento de 30:000$000 ( trinta contos de reis). O valor das terras avaliadas em 29:640$000 (vinte e nove contos, seiscentos e quarenta mil reis) foi complementado pelo depósito de 360$000 (trezentos e sessenta mil reis) efetuado em dinheiro por Tripoti diretamente  na Thesouraria do Thezouro Nacional conforme registrado na escritura acima referida.

Embora enfrentasse dificuldades para atrair colonos para seu empreendimento o trabalho desenvolvido pelo empresário e os colonos então assentados na Alessandra logo frutificou e seus produtos chegaram a receber diplomas de honra na Feira Mundial da Philadelphia no ano de 1876, conforme atesta documento preservado pelo Arquivo Público do Paraná.

Em Janeiro de 1877 aportou no Rio de Janeiro o vapor Isabella trazendo 574 imigrantes sendo 362 contratados pelo agente de imigração Joaquim Caetano Pinto Junior com destino a colônias do Estado e os restantes por Savino Tripoti, destinados a sua colônia particular. Ou seja, por vários dias conviveram pessoas com destinos diversos e com instruções diferentes quanto à forma a serem estabelecidas no Brasil. Os contratados por Caetano Pinto traziam panfleto que os motivara a emigrar e onde constava que o Brasil doaria terras e utensílios. Os contratados por Savino Tripoti haviam assinado, antes do embarque, documento no qual constava que estavam cientes que eram destinados a uma colônia particular e que deveriam pagar pela terra e todos os benefícios que lhes fossem adiantados. Então, confinados em um mesmo espaço 24h por vários dias era natural que a troca de informações induzisse os destinados à colônia particular a reivindicar as mesmas vantagens prometidas aos destinados a colônias do Estado.

Depois que chegaram para a Colônia Alessandra e lhes foi distribuído viveres e os lotes para assentamento os imigrantes passaram a reivindicar os privilégios que constavam no panfleto, do qual receberam exemplar durante a viagem, conforme registrou Savino Tripoti em seu Memorial enviado ao Ministro da Agricultura, reproduzido no livro Colônia Alessandra, e atestou o Agente Oficial de Colonização Sebastião Marques de Souza em carta entregue pelo Engenheiro  Parigot ao presidente da Província,  preservada pelo Arquivo Público do Paraná.

Na carta o agente registrou que tanto ele quanto o engenheiro eram testemunhas da recusa dos imigrantes em permanecer na colônia particular e a exigência de serem transferidos para colônias do Estado onde receberiam tudo gratuitamente. Também o agente solicitava uma medida pronta e eficaz para solucionar aquela emergência. Muitos são os telegramas enviados por Tripoti, os quais se encontram no acervo do Arquivo Público do Paraná, solicitando ao presidente o envio da força pública para controlar a rebelião.

Lamenha Lins, então presidente da Província do Paraná, não atendeu aos apelos do empresário da Colônia Alessandra e do agente da colonização. Este descaso serviu para reforçar para os imigrantes a ideia de que Tripoti os estava enganando e a insurreição tomou corpo. Quando finalmente o presidente se dirigiu à Colônia Alessandra ao invés apaziguar os ânimos provando que pela lei brasileira o imigrante deveria pagar pela terra que fosse ocupar, fosse ela em colônia particular ou do Estado, Lamenha Lins aceitou a imposição dos imigrantes e prometeu que a colônia seria transferida para o governo, alimentando assim a esperança  dos revoltosos de que em breve  seria cumprida a promessa de que receberiam graciosamente terras e ferramentas para se instalar como pequenos proprietários rurais. Foi uma demonstração de fraqueza da parte de Lamenha Lins que acabaria por decretar o fim da Colônia fundada por Savino Tripoti.

Após Lamenha Lins se retirar da Colônia os imigrantes passaram a depredar parte das instalações físicas da Colônia e a ameaçar a integridade física do empresário e seus empregados.

As notícias do motim não tardaram a chegar ao Rio de Janeiro e o fornecedor de víveres para a Colônia, a Casa Fiorita, cortou os fornecimentos contratados por Tripoti. Este se viu forçado a admitir que  perdera a condição de alimentar os colonos recém chegados e os que estavam a caminho.

A partir do momento que Lamenha Lins não enfrentou a rebelião e cedeu à vontade dos revoltosos Tripoti entendeu que não conseguiria restabelecer a ordem e que os outros indivíduos que estavam embarcados a caminho da Colônia iriam acompanhar as exigências dos rebeldes e se recusariam a pagar pelas terras que viessem a ocupar. Então decidiu entregar o empreendimento ao Governo mediante indenização, conforme documentos que constam do acervo do Arquivo Público do Paraná.

A proposta feita pelo representante do governo, Inspetor Alfredo Chaves, para aquisição da propriedade não foi aceita por Tripoti.  Como Alfredo Chaves não convenceu Tripoti a ceder seu empreendimento para o governo e para evitar que o Estado tivesse que indenizar os direitos de Tripoti em relação às despesas efetuadas pelo empresário com o transporte dos colonos que estavam chegando Alfredo Chaves tentou caracterizar como imigração espontânea a chegada daqueles indivíduos e  transferiu parte deles para a Colônia Pereira e posteriormente para Morretes, onde foram instalados  na pequena Colônia Nossa Senhora do Porto ali existente e  que mais tarde deu origem à Colônia Nova Itália. Estes episódios estão registrados em documentos que hoje fazem parte do acervo do Arquivo Público do Paraná.

Considerando-se credor a título de adiantamentos da subvenção devida ao empresário por conta do pagamento das despesas contratuais para importação de imigrantes destinados ao projeto Colônia Alessandra, o Governo Imperial sequestrou a Colônia e moveu ação judicial em face de Savino Tripoti.  O empresário foi constrangido a deixar a Colônia e o governo assumiu o empreendimento. Foi nesta ocasião que houve alteração do nome para Colônia Alexandra. Ao final do processo judicial movido em face de Savino Tripoti pela Fazenda Nacional ficou provado que o empresário era credor do Governo. Como o pagamento era postergado a cada legislatura o Governo Italiano interveio. A questão foi resolvida pelo Ministro do Brasil na Bolívia conforme relatório apresentado pelo Ministro e Secretário dos Negócios Estrangeiros Francisco de Carvalho Soares Brandão, apresentado à Assembléa Geral Legislativa na quarta sessão da décima oitava legislatura, ano 1883.

Os imigrantes que permaneceram na Colônia após a intervenção do governo foram impedidos de deixar o local dando início ao período conhecido como Purgatório.  As máquinas e equipamentos que compunham os engenhos e outras unidades fabris implantados por Tripoti se deterioraram pela falta de manutenção conforme atestam documentos preservados pelo Arquivo Público do Paraná. Os imigrantes continuaram plantando, porém,  pela falta de   equipamentos para beneficiar a colheita e também a falta de estrada carroçável  para  levar o produto do trabalho para venda nos mercados próximos,  acabaram em condições miseráveis. Como se observa nos documentos preservados  o Ministro Sinimbú determinou a liberação de recursos para a construção de um engenho central na Colônia Alexandra mas os ditos recursos jamais chegaram ao seu destino.

Já sem esperanças, e em condições deploráveis no ano de 1879 os imigrantes enviaram carta ao presidente da Província,  reproduzida no livro Colônia Alessandra, onde consta um dramático apelo: “DAE NOS PÃO POR MEIO DO TRABALHO”. Solicitavam ao governo a construção de estrada que ligasse a Colônia com Paranaguá para transportar a produção a ser comercializada e escolas para as crianças.  Não foram atendidos. No ano de 1880 muitas famílias da Alexandra se engajaram na construção da Estrada de Ferro Paranaguá – Curitiba e rumaram para a Capital em busca de melhores condições.

O alto grau de periculosidade que envolvia a abertura de tuneis nas rochas e o assentamento das fundações das pontes a beira do precipício propiciava acidentes frequentes e não poucas vezes fatais. Este foi o motivo pelo qual algumas famílias preferiram permanecer na Alexandra ocupando a área hoje denominada Morro dos Ingleses, às margens da BR 277 sentido Curitiba - Paranaguá. Vivem atualmente naquele local descendentes de colonos imigrantes, cultivando a terra e desfrutando de prosperidade.

Historiadores atribuem a Savino Tripoti a responsabilidade pelo infortúnio de milhares de imigrantes italianos e austríacos que rumaram para o Brasil na década de 1870. Omitem o contrato entre  Joaquim Caetano Pinto Junior e o Governo Imperial  embora este empresário tenha sido  o verdadeiro responsável pelo transporte da maioria esmagadora de indivíduos que deixaram a Europa rumo ao Brasil naquele período, contrato este  que acabou por desestabilizar o programa de atração de agricultores para o Brasil orientada pelo Decreto nº 3784 de 19 de Janeiro de 1867, conforme registros preservados pelo Arquivo Nacional.



Ref.: Cavanha, Jussara Nena – Colônia Alessandra – Editora Progressiva, 2012 - Curitiba.





IMIGRAÇÃO – Agente Joaquim Caetano Pinto Junior


 IMIGRAÇÃO
Agente Joaquim Caetano Pinto Junior


Engenheira Química Jussara Nena  Cavanha Almeida


O Empresário Joaquim Caetano Pinto Junior foi autorizado a assinar contrato com o Governo Imperial Brasileiro, através do Decreto nº 5.663 de 17 de Junho de 1874para importar cem mil imigrantes europeus em um prazo de dez anos. O Decreto estabelecia como destino dos europeus as colônias do Estado, a exceção das situadas na Província do Rio Grande do Sul.  A quantidade de imigrantes a serem transportados, autorizada por meio do contrato em questão, era em muito superior aos contratos assinados com outros agentes de imigração e proprietários de colônias particulares. O Ministro da Agricultura João Lins Vieira Cansansão de Sinimbú alertou em seu relatório referente ao ano de 1877 que o contrato não havia sido aprovado explicitamente pelo Poder Legislativo. Dom Pedro II não necessariamente deveria pedir autorização ao Poder Legislativo para conceder benefícios, mas, um projeto desta magnitude, poderia ter merecido uma análise prévia para verificar a sua viabilidade e inclusive disponibilidade de recursos financeiros para a sua execução.

Lendo os muitos decretos referentes à importação de imigrantes na década de 1870, que constam da página eletrônica da Câmara dos Deputados, percebe-se que, à exceção do relativo a Joaquim Caetano Pinto Junior, no qual ficou estabelecido que o compromisso do empresário para com o imigrante terminava no instante do desembarque do estrangeiro em um porto brasileiro, os demais empresários sempre estavam compromissados em assentar o imigrante em uma colônia agrícola ou buscar-lhe trabalho em uma fazenda.

No contrato assinado entre o Governo Imperial e Joaquim Caetano Pinto Junior estava estabelecido que os valores devidos à conta dos serviços prestados pela importação de imigrantes poderiam ser recebidos na Corte (Rio de Janeiro) assim que fosse comprovado, por funcionário da Inspetoria Geral de Terras e Colonização, o desembarque do estrangeiro em solo brasileiro. Observa-se nas primeiras páginas das relações de imigrantes embarcados na Europa por conta do dito contrato, relações estas preservadas pelo Arquivo Nacional, que está registrado o nome completo do empresário Joaquim Caetano Pinto Junior e que  Caetano Pinto está destacado com letras maiúsculas. Ainda importante observar em algumas verificações de listas de imigrantes transportados a conta do contrato firmado entre Joaquim Caetano Pinto Junior e o Governo Imperial, desembarcados no Porto do Rio de Janeiro, que o agente da Inspetoria Geral de Terras e Colonização assinou como sendo Caetano Pinto.  Então, Joaquim Caetano Pinto Junior no mesmo tempo em que era agente de imigração, também era funcionário do Ministério da Agricultura? Este fato talvez explique o motivo pelo qual o contrato que assinou com o Governo Brasileiro lhe proporcionasse grandes vantagens quando comparado com os demais contratos vigentes na época.

Era cláusula do decreto que autorizou o contrato entre o Governo e Joaquim Caetano Pinto Junior que fosse informado ao emigrante, no momento do embarque para viagem, que este estava rumando espontaneamente para o Brasil, sem compromisso nem contrato algum e, por este motivo, nenhuma reivindicação o imigrante poderia fazer ao Governo Brasileiro. Apenas comunicar estas condições no momento do embarque e estar isento da responsabilidade quanto ao futuro daqueles que atraia e transportava permitia ao agente fazer uso de falsas promessas para motivar o europeu a abandonar seu próprio país em busca da tão sonhada prosperidade. Em documentos como o enviado pelo Agente de Colonização de Paranaguá ao Presidente da Província do Paraná, preservado pelo Arquivo Público do Paraná, e no Memorial de Savino Tripoti destinado ao Ministro da Agricultura em 1877, reproduzido no livro Colônia Alessandra, existem referências a que Caetano Pinto promovia propaganda na Europa anunciando que o Brasil forneceria terras graciosamente para o imigrante. A lei então vigente no Brasil não permitia o cumprimento desta condição o que acabou causando revolta de grupos de imigrantes que exigiam o cumprimento das promessas feitas na Europa. A principal consequência da propaganda enganosa realizada por Caetano Pinto foi a recusa dos imigrantes em  permanecer em colônias particulares e exigirem o assentamento em colônias do Estado  na esperança de que fossem cumpridas as promessas que os motivara a emigrar.

Outra cláusula do contrato entre o governo e o empresário estabelecia que, para os imigrantes transportados por Joaquim Caetano Pinto Junior, o Governo Imperial pagaria o transporte do porto até à colônia do Estado para a qual o imigrante escolhesse ser estabelecido e, também, alimentação e hospedagem durante os oito primeiros dias após sua chegada. Ainda, o Governo garantiria o preço da terra a ser adquirida pelo colono para que este pudesse se estabelecer como pequeno  proprietário rural, mas, que seriam acrescidos ao valor da referida terra as obrigações constantes do Decreto nº 3784 de 19 de Janeiro de 1867, decreto este que definira as regras para a implantação de colônias do Estado. Isto é, todos os “benefícios” que o Governo Brasileiro se dispunha a oferecer ao imigrante que aqui chegasse transportado pelo agente Joaquim Caetano Pinto Junior na verdade eram adiantamentos que mais tarde deveriam ser restituídos ao Estado quando do pagamento da terra adquirida pelo imigrante.

No relatório do Ministro Thomaz Coelho, ano 1876, está descrita a quantidade de imigrantes importados por contratos firmados entre empresas e empresários com o Governo Imperial de onde se extrai que dentre outros:

•          a Companhia de Navegação Transatlântica havia importado entre 1873 e 1876 um total de  11.111 imigrantes;
•            Joaquim Caetano Pinto Junior havia transportado da Europa para o Rio de Janeiro 18. 220 indivíduos sendo 13 em 1874, 7.321em 1875 e 10.886 em 1876. Ainda no ano de 1876 pelo mesmo Joaquim Caetano Pinto Junior foram transportados 4.571 italianos e austríacos diretamente para as Províncias do Espírito Santo e Santa Catarina. Então o total de imigrantes que o referido senhor importou até aquela data somava 22.791 indivíduos;
•            Pereira Alves  Bendaszeski & Comp importaram entre 1º Agosto 1875 e 31 de Dezembro 1876  o total de 897 indivíduos.
•          Savino Tripoti introduziu na Colônia Alessandra no ano de 1876 apenas 179 imigrantes.


Ranieri Venerosi Pisciolini registrou em seu livro Le Colonie Italiane nel Brasile Meridionale  que o levantamento efetuado por ele junto ao Porto de Gênova, revelou que dos 2076 emigrantes embarcados  nos meses de Julho, Agosto e   Setembro de 1876 apenas 188 eram contratados por Savino Tripoti  sendo o restante por Joaquim Caetano Pinto Junior.                        
No Relatório do Ministro Sinimbú relativo ao ano de 1877 constou que dos inúmeros contratos assinados para a introdução de colonos estrangeiros no País apenas quatro permaneciam em vigor na data do relatório dentre os quais  o celebrado com Joaquim Caetano Pinto Junior. Esclareceu o Ministro em seu relatório que este fora apenas suspenso em Abril/1877 até a definitiva deliberação do Poder Legislativo para o seu encerramento porque o Thesouro não detinha condições financeiras para pagar os créditos do empresário à conta do transporte de imigrantes. Também, que para não agravar o problema de caixa do governo foi preciso rescindir os contratos firmados com empresários de colônias particulares no decorrer daquele ano de 1877.

Apesar de estar com seu contrato suspenso pelo Ministério da Agricultura o empresário Joaquim Caetano Pinto Junior continuou transportando emigrantes da Europa para o Brasil.

No livro ‘Questione sociale ed emigrazione nel Mantovano 1873-1896, Marco Gandini registra a existência no Archivio di Stato di Mantova de circular do Ministro Nicotera aos governadores de províncias italianas, datada de 13 de Setembro de 1877, comunicando que o Governo Brasileiro, ao invés de facilitar a emigração, havia suspendido qualquer tipo de alistamento de emigrantes. Gandini também encontrou registros de que o Governador da Província de Mântua - Itália comunicou ao referido Ministro Nicotera que, em 02 de Outubro de 1877, haviam sido embarcadas 86 famílias de Quingentole, Schivenoglia e outros “comuni” de Mântua para o Brasil pela agência marítima de Clodomiro de Bernardes, estabelecida em Gênova, a qual trabalhava para Gaetano Pinto - representante consular do Brasil na Itália e encarregado de organizar a emigração para o Brasil.

O Arquivo Nacional preserva duas relações de imigrantes transportados à conta do contrato firmado entre Joaquim Caetano Pinto Junior e o Governo Imperial que chegaram em Novembro de 1877 as quais comprovam que o empresário continuou embarcando estrangeiros para o Brasil mesmo após o seu contrato ter sido suspenso, contrariando inclusive os comunicados que haviam sido expedidos pelo Governo Brasileiro no sentido de interromper a imigração subsidiada naquele momento.

Os registros de imigrantes que aportaram nos anos 1877 e 1878 a conta de Joaquim Caetano Pinto Junior, preservados pelo Arquivo Nacional e compilados no livro Colônia Alessandra, comprovam que, depois que o Governo Brasileiro suspendeu o contrato para importação de imigrantes, Joaquim Caetano Pinto Junior passou a intensificar a saída de navios transportando europeus com destino aos portos brasileiros. Também que no final de 1877 e no ano de 1878 os navios passaram a transportar muito mais indivíduos por viagem.

Nas listas de passageiros de navios compiladas e publicadas no livro Colônia Alessandra se observa que inicialmente a maior parte dos emigrantes transportados por Joaquim Caetano Pinto Junior era composta por emigrantes lombardos e tiroleses. Os vênetos passaram a fazer parte das listas de passageiros somente após o segundo semestre de 1877.

Conforme o Decreto nº 6953 de 28 de Junho de 1878 o valor do crédito a que tinha direito o empresário Joaquim Caetano Pinto Junior a conta de importação de imigrantes totalizava 1.981:500$000 (um mil novecentos oitenta e um contos e quinhentos mil reis). No mesmo decreto observa-se que outros empresários e empresas de imigração também eram credores do Governo por conta da importação de imigrantes. A Sociedade Colonizadora de 1849 em Hamburgo era credora do Governo do valor de 70:000$000 (setenta contos de reis), enquanto que para a Companhia de Navegação Transatlântica, cujo contrato foi rescindido pelo Ministro Sinimbú, eram devidos 174:570$000 (cento setenta e quatro contos e quinhentos setenta mil reis).   Estes valores atestam o quanto o empresário foi beneficiado em relação aos demais.

O contrato para importação de imigrantes não foi o único privilégio do empresário. Em 1881 Joaquim Caetano Pinto Junior foi contratado pelo Conde d’Eu e sua esposa, a Princesa Izabel, para administrar a colônia implantada nas terras banhadas pelos rios Tubarão, Capivary e seus afluentes na Província de Santa Catharina as quais faziam parte do dote matrimonial da Princesa.

Os benefícios auferidos por Joaquim Caetano Pinto Junior continuaram após a Proclamação da República. Seu filho, Engenheiro Oscar Pinto, contratou a construção de ramais ferroviários a serem ligados à Estrada de Ferro Central do Brasil, Decreto nº 474 de 01 de Agosto de 1891. Com a morte do engenheiro a concessão foi requerida por Joaquim Caetano Pinto Junior sendo este atendido em sua pretensão através do Decreto nº 684 de 21 de Novembro de 1891. Tempo depois o contrato firmado entre o Engenheiro Oscar Pinto e o Governo Federal foi declarado sem efeito através do Decreto nº 1015 de 16 de Agosto de 1892 sob a alegação de que além de conter favores que unicamente podiam ser conferidos pelo Congresso Nacional também não poderia ser incluído em nenhum dos casos estipulados pelo Decreto nº 524 de 26 de Junho de 1890 o qual estabelecia regras sobre a competência do Governo Federal e a dos Estados Unidos do Brazil para concessão de estradas de ferro.

Através do Decreto nº 2506 de 01 de Maio de 1897 o Ministério da Indústria, Viação e Obras Públicas abriu crédito no valor de 3.757:400$000 (três mil setecentos cinquenta e sete contos e quatrocentos mil reis) para proceder ao pagamento de indenização por lucros cessantes nos contratos rescindidos, do débito do Governo para com os empreiteiros e da liquidação de todos os serviços relativos a obras suspensas. O valor do crédito de Joaquim Caetano Pinto Junior, de acordo com o Decreto 2506, totalizava 1.100:000$000 (um mil cem contos de reis). O segundo maior valor era devido para a Empreiteira Drummond & Passos o qual totalizava 600:000$000 (seiscentos contos de reis). Todos os demais contratos, num total de onze, não ultrapassavam individualmente a cifra de 400:000$000 (quatrocentos contos de reis).

Interessante observar que Joaquim Caetano Pinto Junior tanto no período Imperial quanto no período da República foi beneficiado com contratos e créditos privilegiados o que leva a pensar que o referido senhor não era o único a auferir benefícios nos contratos que firmou com o governo brasileiro.


Ref.: Cavanha, Jussara Nena – Colônia Alessandra – Editora Progressiva, 2012 – Curitiba;

Gandini, Marco - Questione Sociale ed Emigrazione nel Mantovano 1873- 1896 - Editoriale Sometti  seconda edizione, 2000 - Mantova;

Pesciolini, Ranieri Venerosi - Le Colonie Italiane nel Brasile Meridionale - Fratelli Bocca, 1914 - Torino.




A nossa África - Revista de História da Biblioteca Nacional

A nossa África

 


Em visita ao continente, Freyre pôde ver de perto o que antes só conhecia pelos livros

Alberto da Costa e Silva

Em 1843, durante um debate no Senado sobre o tráfico negreiro, Bernardo Pereira de Vasconcelos (1795-1850) argumentou que o Brasil necessitava de escravos africanos porque a África civilizava a América. Antes e depois dele, houve algumas vozes, em geral discretas, que apontaram a influência africana sobre certos aspectos da vida brasileira. Tardaria, porém, quase um século para se ler em Pandiá Calógeras (1870-1934), na sua Formação Histórica do Brasil (1930), que tinham sido os negros que introduziram a metalurgia de ferro em Minas Gerais, em forjas africanas e com técnicas africanas. 

Três anos mais tarde, em 1933, em Casa-Grande & Senzala, Gilberto Freyre salientaria a importância da bagagem de experiências de vida nos trópicos trazida pelos africanos para o Brasil, com ênfase nas técnicas de produção econômica, no preparo do ferro, na mineração do ouro e na ourivesaria, na agricultura, na criação extensiva do gado, na tecelagem e no trabalho do couro e da madeira. Em seu livro, Freyre mostrava que o negro, ou seja, a África, estava dentro de cada brasileiro, entranhada nos seus modos de vida, em casa e na rua, na infância, na juventude, na maturidade e na morte. 

Para Freyre, a África era coautora do Brasil. Mas a África que ele conhecia era a que os escravos trouxeram consigo e a que lhe chegara pelas leituras – e tinha então em sua estante não mais do que uma ou duas prateleiras com livros sobre o continente africano. Na África, havia estado apenas em Dacar. E só muitos anos depois da publicação de Casa-Grande & Senzala, visitaria aquelas partes do continente sob o domínio de Portugal, atendendo a um convite que lhe fez, em 1951, o governo de Lisboa. Dessa viagem a Cabo Verde, Guiné, Angola, São Tomé e Moçambique, fez um belo relato em Aventura e rotina (1953), no qual fica evidente que as autoridades coloniais não deixaram que demorasse o olhar sobre o que mais lhe interessava. Não andou sozinho por parte alguma. Parecia que tinham a intenção de que não visse a África e os africanos, mas tão somente o que se fizera português na África. Algumas vezes teve de pedir paciência a seus guias e acompanhantes para ver melhor o que para estes não passava de um vilarejo de pretos, para conversar com um soba (nome dados aos chefes africanos) ou desenhar um penteado de mulher. 

A exceção deu-se em Moçambique, porque Freyre se desentendeu, logo à chegada, com o governador português e, graças à ausência de solicitude deste, pôde ver o que não estavam interessados em mostrar-lhe: a riquíssima multiplicidade de culturas da ilha que deu o nome ao país. As formas, as cores e os perfumes da África do Índico entraram-lhe alma adentro. Nessa ilha pequenina, viam-se lado a lado, conciliados, conflitantes ou até mesmo confundidos, prédios, móveis, vestidos, comidas e modos de ser da África, da Arábia, da Pérsia, da Índia, da Indonésia, de Portugal e do Brasil. Freyre deslumbrou-se com tudo, mas principalmente com as mulheres, nas quais – as palavras são dele, em Aventura e rotina  a mestiçagem alcançava "vitórias esquisitas de beleza e graça nas formas, nas cores, no sorriso, na voz e no ritmo do andar". Não podia ele deixar de ver nisso uma prova de que estava correta a sua teoria do lusotropicalismo. Na verdade, porém, a mestiçagem étnica e cultural em Moçambique antecipara de muito a chegada dos portugueses. O seu início datava de mais de 2.500 anos, e envolvera bantos, somalis, etíopes, árabes, persas, guzerates, cholas, malabares, cingaleses, javaneses e muitos povos mais. 

Mesmo em Angola, apesar dos antolhos que nele puseram, não lhe escaparam muitas coisas. E emocionou-se com várias delas. Por exemplo, com as lápides no cemitério dos brancos em Moçâmedes, nas quais leu que este, e aquele, e aquele outro haviam nascido em Pernambuco. Eram os filhos brasileiros dos portugueses, muitos deles já abrasileirados, que fugiram do Recife, na metade do século XIX, por causa das perseguições antilusitanas, e foram, pode-se dizer, refundar aquela cidade entre o mar e o deserto. Mas foi o cemitério dos negros – posteriormente objeto de um opúsculo, Em torno de alguns túmulos afro-cristãos – que o fascinou, como uma mistura de tradições de sepultamento africanas e europeias. Nas lápides pintadas com cores vivas, via-se uma cruz de desenho complicado, tendo abaixo, em relevo, figuras humanas, como a Madona com o Menino, ou um grupo de pessoas a olhar-nos de frente, ou, ainda, os instrumentos de trabalho do morto (martelo, serrote, alicate, no caso de um carpinteiro), tendo à frente um vaso para recolher a comida e a bebida que se ofertavam periodicamente ao morto. 

Gilberto Freyre se interessava principalmente pela África que havia no Brasil. Não deixou, contudo, de fascinar-se com aquela África que, abrasileirada, atravessou de volta o Atlântico. Quem dela lhe deu as mais pormenorizadas e entusiásticas notícias foi o fotógrafo e etnólogo Pierre Verger (1902-1996). Com base em suas informações, Freyre escreveu os textos que acompanharam as fotografias de Verger numa série de reportagens publicada em 1951 na revista O Cruzeiro, e que, reelaborados, dariam um ensaio brilhante sobre os ex-escravos que regressaram à costa ocidental da África e ali criaram as comunidades de brasileiros, também conhecidos como agudás ou amarôs. 

Nas duas ou três ocasiões em que lhe contei o que vira e vivera em minhas viagens pela África, ele se inclinou na minha direção a fim de ouvir melhor. E animou a conversa com sua curiosidade inesgotável. Mais de uma vez, não escondeu a frustração por não ter voltado ao continente africano, não só para aprender mais sobre o que o Brasil devia à África, mas também para conhecer Tombuctu, Ajudá, Abomei, Lagos, Kano, Zanzibar e as igrejas escavadas na pedra da Etiópia. 


Alberto da Costa e Silva é membro da Academia Brasileira de Letras e autor de O quadrado amarelo (Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2009). 

Parecia que tinham a intenção de que não visse a África e os africanos, mas tão somente o que se fizera português na África

Saiba Mais - Bibliografia
FREYRE, Gilberto. Aventura e rotina. Rio de Janeiro: Topbooks, 2001.FREYRE, Gilberto. Em torno de alguns túmulos afro-cristãos de uma área africana contagiada pela cultura brasileira. Salvador: Universidade da Bahia/Livraria Progresso Editora, 1959.FREYRE, Gilberto. "Acontece que são baianos..." IN: Problemas brasileiros de Antropologia. Rio de Janeiro, José Olympio, 1962.
Revista de História  da Biblioteca Nacional

Siderurgia na Colônia

 

 

Siderurgia na Colônia

 

As tentativas de produzir ferro no Brasil começaram no final do século XVI no interior de São Paulo

NELDSON MARCOLIN 


Ruína da fábrica de ferro em foto de 1987
 

A história dos sucessos e fracassos da Real Fábrica de Ferro de Ipanema, um empreendimento siderúrgico realizado no século XIX no Brasil, já foi analisada e contada várias vezes. Hoje se conhecem bem as dificuldades técnicas enfrentadas por suecos e alemães contratados para conseguir produzir ferro em grande quantidade e com qualidade no interior de São Paulo, o que nunca foi alcançado. Nesse período a siderurgia já estava avançada na Europa, onde os altos-fornos eram feitos com base no conhecimento científico acumulado nos últimos séculos. Já as tentativas de produzir ferro antes da Real Fábrica são uma história pouco conhecida. O minério era transformado em ferro por práticos fundidores que trabalhavam em condições precárias no meio da mata, com fornos muito pequenos e dificuldade para distribuir a produção.

Muitos práticos em metalurgia e fundição e mineiros especializados em ouro, prata e pedras preciosas foram trazidos ao Brasil em 1598 por dom Francisco de Sousa (1591-1602), o sétimo governador-geral do Brasil. Sousa seguia informações sobre a ocorrência de minérios valiosos em uma região perto da então Vila de São Paulo de Piratininga, no morro de Araçoiaba, a 15 quilômetros do atual município de Iperó. Os trabalhos de exploração no local começaram um ano antes com o bandeirante e comerciante português Afonso Sardinha, esperançoso de encontrar metais nobres no local, de acordo com o historiador Pedro Taques (1714-1777).

Em Araçoiaba, no entanto, a abundância do minério de ferro restringia-se à magnetita. A fim de aproveitar o potencial daquela área foram construídos fornos e forjas para fazer barras e peças simples como facas, espadas, ferraduras e cravos. "Os fundidores faziam esse trabalho utilizando o conhecimento prático, sem o entendimento científico dos fenômenos presentes na fundição, especialmente os que ocorrem na combustão dos materiais", diz a historiadora Anicleide Zequini, especialista no tema do Museu Republicano de Itu, ligado ao Museu Paulista da Universidade de São Paulo (USP)."Esses fenômenos só foram desvendados durante a chamada revolução científica, entre 1789 e 1848, com o avanço da química e passo a passo com a Revolução Industrial."
 
 
Vestígios do forno de fundição
 

A exploração empreendida no morro de Araçoiaba por dom Francisco e Sardinha não durou muito. Na época, o investimento tinha de ser parcialmente ou totalmente feito pelo explorador. Se o capital fosse limitado e o retorno não se desse logo, o investidor ia à bancarrota, como aconteceu com dom Francisco. Suas investidas não surtiram efeito e ele morreu na miséria. Depois houve duas outras iniciativas semelhantes. No século XVII, em 1684, o português Luiz Lopes de Carvalho construiu um engenho de ferro no mesmo lugar. Para conseguir dinheiro ele hipotecou suas propriedades em Portugal, mas faliu em 1682. No século seguinte, em 1763, foi a vez de Domingos Pereira Ferreira tentar. "Ele deve ter sido o último a produzir ferro naquele morro com a ajuda dos fundidores", diz Anicleide. A Real Fábrica foi erguida apenas em 1810 alguns quilômetros distante daquele local.

Araçoiaba não foi o único lugar de São Paulo a fabricar ferro no século XVII. Na Vila de São Paulo foi aberta a Fábrica de Ferro de Santo Amaro, em 1607, uma sociedade de Diogo Quadros com Francisco Lopes Pinto e Antonio de Souza. Durou alguns anos e fechou.

As atividades realizadas do século XVI ao XVIII no interior de São Paulo foram investigadas entre 1983 e 1989 pela arqueóloga Margarida Davina Andreatta, uma das pioneiras da arqueologia histórica no Brasil, segundo Anicleide. A área pesquisada e escavada por Margarida foi encontrada com a ajuda de um pesquisador da história da região, José Monteiro Salazar. Ela identificou o sitio, denominado Afonso Sardinha, e achou escórias, telhas, cerâmica em geral e vestígios de forno e outras construções. Quando Anicleide fez sua tese de doutorado sobre o sítio mandou datar as peças e comprovou que eram do período pesquisado. "Foi o primeiro sítio do século XVI datado em São Paulo", diz Margarida. Hoje aposentada da USP, ela ainda vai duas vezes por semana ao Museu Paulista e coordena um grupo de arqueologia histórica da Universidade Braz Cubas, de Mogi das Cruzes (SP).
 
Revista FAPESP

Pimenta, especiaria da América

Pimenta, especiaria da América

 


Colombo e seus navegadores foram os primeiros europeus a conhecer as pimentas das Américas
 
 

No século XVI os navios europeus vinham às Américas não só para buscar pau-brasil e algodão, macacos e papagaios, mas também um produto a que os historiadores não davam muita atenção: as pimentas conhecidas como ardidas – dedo-de-moça, piripiri, tabasco, jalapeño, pimentão e pimenta-doce. Originárias das Américas do Sul e Central, eram diferentes da pimenta-negra (Piper nigrum) trazida da Ásia com o cravo, a canela e outras especiarias, argumentam Christian Fausto dos Santos, Fabiano Bracht e Gisele Cristina da Conceição, pesquisadores do Laboratório de História, Ciências e Ambiente da Universidade Estadual de Maringá, com base em relatos de cronistas, médicos e viajantes da época (Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, Ciências Humanas, janeiro-abril de 2013). Segundo os pesquisadores, Cristóvão Colombo e seus navegadores, no século XV, foram os primeiros europeus a conhecer as pimentas americanas, que eram plantadas no México havia 9 mil anos e nos Andes peruanos desde 2.500 anos antes de Cristo. Depois de Colombo, a disseminação foi rápida, e as pimentas começaram a ser plantadas em hortas e quintais, inicialmente da península Ibérica. Um dos relatos indicou que as variedades americanas eram mais aromáticas e de gosto melhor do que as das Índias, então a principal especiaria buscada no Oriente. Em outro estudo, o grupo de Maringá relatou que as pimentas eram usadas no preparo das comidas a bordo dos navios, para evitar o escorbuto.
 
Revista FAPESP

Max Weber | Integralismo | Arqueologia | Abertura dos Portos

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[1] Notícias:
 Governo de Minas vai ajudar a esclarecer a morte de JK

Após pedido da Comissão da Verdade de São Paulo, governo do Estado se dispôs a colaborar com investigações; a suspeita é de que JK teria sido assassinado [Leia mais]

[2] Mural:
 Integralismo | Arqueologia

Acontece no dia 4 de outubro de 2013, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, departamento de história da USP, o V Encontro Nacional de Pesquisadores do Integralismo, "Integralismo e Autoritarismo, 81 anos de Açã Integralista Brasileira". E mais: Estão abertas as inscrições para mestrado e doutorado em Arqueologia do Programa de Pós-Graduação em Arqueologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que tem como área de concentração "Aqueologia e Conservação do Patrimônio Cultural no Nordeste". [Leia mais]

[3] Evento:
 Max Weber

Jornada sobre Max Weber acontece em outubro, na USP. [Leia mais]

[4] Fórum:
 Integralismo e Fascismo

Que elementos do fascismo clássico estão presentes no programa da Ação Integralista Brasileira (AIB)? [Participe]

[5] Cine-História:
 O Tempo e o Vento

Chega em breve aos cinemas brasileiros a adaptação do livro clássico de Érico Veríssimo, "O Tempo e o Vento", dirigido por Jayme Monjardim e com Thiago Lacerda, Marjorie Estiano e Fernanda Montenegro no elenco. [Leia mais]

[6] Documento: 
1808 - Abertura dos Portos

1808: Abertura dos Portos. Mensagens do governo "brasileiro". [Saiba mais]

[7] Conteúdo da Semana:
 Escravo Fugido (1877)

Senhor tenta recuperar escravo fugido através da publicação de artigo de jornal. [Leia mais]

Visite Cafe Historia em: http://cafehistoria.ning.com/?xg_source=msg_mes_network

Chamada de artigos para Revista Cekaw - Sociedade Polônia de Porto Alegre

Sociedade Polônia de Porto Alegre

Prezados leitores e colaboradores,

Comunicamos que está sendo preparada uma nova edição da Revista Cekaw,
desta vez um pouco diferente, objetivando tratar de temática específica.

Em razão do anúncio da futura canonização do Papa João Paulo II (Karol
Wojtyla), que é patrono deste Centro de Estudos, e da sua importância
histórica, que não se restringe apenas ao âmbito religioso, decidimos
preparar uma edição temática, que deverá ser lançada durante o próximo mês
de outubro.

Convidamos a todos os interessados que tenham algum tipo de pesquisa
relacionada ao Karol Wojtyla, que nos enviem os artigos para publicação
até o final do mês de setembro. Os artigos poderão tratar de aspectos
biográficos, história, política, religião, entre outros, desde que ligados
ao tema.

Mais esclarecimentos e o envio dos trabalhos devem ser feitos pelo e-mail
cekaw@poloniapoa.org. Pedimos também a gentileza de que os colaboradores
que estiverem preparando artigos informem assim que possível a temática
com a qual estejam trabalhando para que possamos proceder com a
organização de conteúdo.

Ficaremos muito felizes com a participação de vocês, pois são os nossos
colaboradores que garantem o sucesso desta revista.

Atenciosamente,

Ademir José Knakevicz Grzesczak
Diretor
Centro de Estudos Polono-Brasileiros Karol Wojtyla - Cekaw
Sociedade Polônia de Porto Alegre

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Visite nossa revista em http://www.poloniapoa.org/revista.php

Também estamos presentes no Facebook, basta procurar por Revista Cekaw.

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42 Mil bicicletas e 38 mil carros fazem a mobilidade urbana de Sapiranga, RS

 


BrasilAlemanha - De Primeiro Mundo por um Brasil de Primeiro Mundo


Encontro promissor
Aeroporto Internacional 20 de Setembro, planejado para desafogar o Aeroporto Internacional Salgado Filho, de Porto Alegre, RS, já tem área definida para a construção do projeto.

Presidente do Partido Liberal da Alemanha renuncia após desastre eleitoral

O presidente do Partido Liberal (FDP) da Alemanha, Philipp Rösler, vice-chanceler e ministro da Economia no atual governo, anunciou nesta segunda-feira a renúncia de seu cargo à frente da formação política depois do desastre eleitoral no domingo.

Juiz de Fora presente ao XI Encontro de Comunidades Teuto-Latinoamericanas

A Associação Cultural e Recreativa BrasilAlemanha participa, no período de 25 a 29 de setembro, em São Paulo, do XI Encontro de Comunidades de Língua Alemã da América Latina - XI CAAL.

42 Mil bicicletas e 38 mil carros compõem a mobilidade urbana de Sapiranga, RS

Com uma população de 75 mil, tem-se uma bicicleta para cada 1,8 habitantes. Cidades vizinhas, de forte presença cultural alemã, e inclusive Porto Alegre, "a cidade dos alemães" durante um século, até a década de 1940, avançam na implementação de ciclovias

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