terça-feira, 17 de julho de 2012

Língua hebraica moderna - CEJ - USP

 
 
Língua hebraica moderna

Entre os dias 17 e 20 de julho, ficam abertas as inscrições para o curso de difusão do Centro de Estudos Judaicos (CEJ), Língua Hebraica Moderna III: Gramática e Conversação, no prédio dos Departamentos de Letras da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP. As aulas serão ministradas entre os dias 2 de agosto e 25 de outubro, sempre às quintas-feiras, das 17 às 19 horas. A matrícula deve ser realizada entre os dias 24 e 31 de julho.

O curso é voltado para alunos dos cursos de Letras e interessados em geral e pretende proporcionar a aprendizagem da Língua Hebraica moderna aprofundando as noções de gramática, a conversação e a aquisição de vocabulário. O coordenador e ministrante do curso é o professor Gabriel Steinberg Schvartzman, da FFLCH.

O curso é gratuito para professores e funcionários da FFLCH, R$ 50,00 para interessados em geral, R$ 45,00 para Graduandos e pós-graduandos da FFLCH, R$ 25,00 para professores ativos da rede pública, maiores de 60 anos, monitores bolsistas e estagiários da FFLCH. Haverá o sorteio de uma vaga gratuitapara a comunidade da USP e para a terceira idade. O resultado sai no dia 23 de julho. Veja o regulamento para o sorteio neste link. O endereço é Av. Prof. Luciano Gualberto, 403, Cidade Universitária, São Paulo.

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Mais informações: (11) 3813-6528; site  http://sce.fflch.usp.br/node/877; e-mail cejudaic@usp.br


Língua Iídiche - Centro de Estudos Judaicos - USP

Língua Iídiche

Entre os dias 24 e 30 de julho, ficam abertas as inscrições para o curso de difusão Língua Iídiche II: Traduções, do Centro de Estudos Judaicos(CEJ) da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP. As aulas serão realizadas entre os dias 1º de agosto e 21 de novembro, sempre às quartas-feiras, das 14 às 16 horas.

O curso é voltado para alunos de Letras e interessados em geral que tenham um bom conhecimento da lingua iídiche (escrito e oral). Será feita uma entrevista para avaliar o conhecimento no primeiro dia de aula.  A coordenação é do professor Gabriel Steinberg Schvartzman, da FFLCH, e a ministrante será a professora Genha Migdal, doutora pela FFLCH.

A inscrição é gratuita e pode ser feita on-line através deste link, das 9 horas às 16h30 ou presencialmente. Veja os procedimentos para a realização da matrícula presencial neste link, na parte lateral do site. O local é Av. Prof. Luciano Gualberto, 403, Cidade Universitária, São Paulo.

Mais informações: (11) 3813-6528; e-mail cejudaic@usp.br; site http://sce.fflch.usp.br/node/871    


Imigração Alemã no Paraná | 180 anos de História: 1829-2009

Livro: Imigração Alemã no Paraná – 180 anos: 1829/2009

O resgate da memória alemã no Paraná

 

O livro "Imigração Alemã no Paraná – 180 anos" é uma obra construída a muitas mãos que retrata com fidelidade histórica a realidade vivida pelas comunidades de etnia alemã que colonizaram o Paraná. O advento da obra ocorreu a partir da comemoração dos 180 anos da primeira imigração alemã no Estado do Paraná, originária da cidade de Trier, Alemanha, e que se destinou à cidade de Rio Negro, em 19 de fevereiro de 1829.

A comemoração dos 180 anos de imigração alemã no Paraná aconteceu durante todo o ano de 2009, com várias atividades de ordem cultural, artística, musical, gastronômica e folclórica da etnia alemã, desenvolvidas nas regiões do Estado colonizada por pessoas de origem germânica. Estes eventos iniciaram a partir de uma sessão solene da Assembleia Legislativa do Paraná, em Curitiba, por iniciativa do deputado estadual Elio Lino Rusch.

O conjunto da obra só foi possível graças a disposição de vários intelectuais e historiadores, conhecedores do assunto proposto, de contribuir na elaboração desta obra em suas comunidades locais. São eles Alfred Pauls, Marcos Nestor Stein, Marlon Ronald Fluck, Divinamir de Oliveira Pinto, Estevão Muller,  Cláudia Portellinha Schwengber, Waldir Gregory e Marcos Nestor Stein.

Os autores trabalham através dos seus artigos, os aspectos da colonização de várias regiões do Paraná onde os alemães se instalaram ao longo dos anos: Rio Negro, Colônia Witmarsum (Palmeira), Curitiba, Entre Rios (Guarapuava), Marienthal (Lapa), Rolândia e Marechal Cândido Rondon.

Todo esse trabalho é coordenado por Harto Viteck, que organizou e reuniu os vários artigos de resgate da memória e da cultura alemã, com a intenção de conseguir grande repercussão não só nos meios alemães paranaenses, mas também nos demais Estados brasileiros em que a imigração alemã está presente e, inclusive, na própria Alemanha. É a primeira obra literária de resgate da memória de uma etnia, feita por uma equipe de intelectuais em que cada comunidade convidada tem um representante local que escreve a história da sua comunidade desde a chegada ao Brasil, até os dias atuais.

Fonte: http://imigracaoalemanoparana.com.br/

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A imigração alemã e a industrialização - Revista Eletrônica BrasilAlemanha

 

BrasilAlemanha - De Primeiro Mundo por um Brasil de Primeiro Mundo

Exposição conta história de imigrantes alemães e suíços nos cafezais paulistas

Um novo olhar sobre a Festa Estadual do Colono do Rio da Luz, SC

1880: Publicado o primeiro dicionário ortográfico Duden

Chris Wolff, um dos cantores de maior sucesso popular da Alemanha nos últimos 40 anos, fará sua terceira turnê pelo Sul do Brasil, de 07 a 21 de outubro próximo.   Ainda há vagas para shows no roteiro em formatação. Clubes, Sociedades, Comunidades: favor contatar o empresário exclusivo para a América do Sul : Jacinto José - tel. (51) 9887 1875, J. J. Klein Intercâmbios Culturais. E-mail: jacintoklein@yahoo.com.br
 
 


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Capital de Minas é transferida para Mariana - Dia de Minas : 16 de Julho

Capital de Minas é transferida para Mariana

Créditos: Prefeitura Municipal de Mariana (acervo) / Festival de Inverno de Ouro Preto e Mariana








Estado de Minas
Publicação: 16/07/2012 11:39 
Atualização: 16/07/2012 13:27

Nesta segunda-feira, como em todos os anos, desde 1945, Mariana, na Região Central, é homenageada, em seu aniversário de fundação, com a transferência simbólica da capital do Estado para a cidade, que é o primeiro município e primeira capital de Minas Gerais. Neste 16 de julho, o governador Antonio Anastasia presidirá, às 15 horas, naquela cidade, a cerimônia batizada de O Dia de Minas.



Durante a solenidade será feita a entrega da Medalha do Dia do Estado de Minas Gerais a personalidades e instituições que contribuíram para o desenvolvimento do Estado. Este ano, serão 50 agraciados e o orador será o ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Carlos Alberto Reis de Paula. Na parte da manhã desta segunda-feira, foi celebrada uma missa solene na Igreja de Nossa Senhora do Carmo, pelo arcebispo Metropolitano de Mariana, Dom Geraldo Lyrio Rocha.



Descendentes de judeus pernambucanos em Nova Iorque


Cemitério de NY guarda história de judeus do Brasil

Descendentes de famílias expulsas de Pernambuco por Portugal em 1654 se tornaram figuras proeminentes na sociedade americana

15 de julho de 2012 | 3h 02


GUSTAVO CHACRA , CORRESPONDENTE , NOVA YORK - O Estado de S.Paulo

 

Entre prédios com tinta descascada no bairro de Chinatown em Manhattan, o cemitério dos judeus originários do Recife e seus primeiros descendentes é um dos mais bem guardados segredos de Nova York. Poucos conhecem pessoalmente as tumbas das primeiras famílias judias que viveram na metrópole com a segunda maior população judaica do mundo, depois de Tel Aviv. Muito menos sabem que elas vieram do Brasil.

Apesar do desgaste de séculos de chuva, sol e neve, ainda dá para ler em algumas tumbas sobrenomes como Fonseca, Seixas, Gomes, Nunes, Cardozo, Castro e Bueno de Mesquita. Todos judeus portugueses ou espanhóis, com passado ligado ao tempo de domínio dos holandeses no Recife, onde a primeira congregação judaica das Américas foi construída.

Em 1654, Portugal retomou o controle de Pernambuco, que estava nas mãos dos holandeses da Companhia das Índias. Era o fim de uma era de liberdade para os judeus nas terras brasileiras. Eles mais uma vez eram expulsos pela coroa portuguesa. Antes, durante a Inquisição, haviam sido obrigados a deixar Portugal e rumar para a protestante Holanda, onde não eram alvo de perseguição.

Piratas. Com a expulsão do Recife, alguns milhares de judeus seguiram para a Holanda em 17 barcos. Uma dessas embarcações se perdeu e foi atacada por piratas espanhóis.

"Resgatados por um navio francês, foram levados para Nova Amsterdã, hoje conhecida como Nova York. Eram 23 pessoas, em sua maioria mulheres e crianças", afirma Zacharia Edinger, o shamash (diretor de ritual) da gigantesca sinagoga Hispano-Portuguesa, denominada Shearit Israel. Localizada diante do Central Park, é a herdeira da primeira congregação judaica de Nova York. Atualmente, são eles que possuem as chaves do cemitério em Chinatown, abrindo-o em raras ocasiões, como nesta visita do Estado.

Os descendentes desses judeus portugueses se transformaram em figuras proeminentes na sociedade americana. Um deles, Benjamin Cardozo, já falecido, alcançou o posto de juiz da Suprema Corte dos Estados Unidos. Outro, Bruce Bueno de Mesquita, professor da Universidade de Nova York, é o mais destacado especialista de teoria dos jogos aplicada à ciência política.

Antes mesmo de entrar no cemitério, em um movimentado cruzamento, há uma placa, em inglês, com os dizeres "O Primeiro Cemitério da sinagoga Hispano-Portuguesa, Shearit Israel, na Cidade de Nova York".

O tamanho do terreno é pouco maior do que o de duas quadras de tênis. Parte acabou sendo destruída quando uma rua foi construída décadas atrás. Ao redor, famílias chinesas observam muitas vezes sem entender o que existe de especial nesse cemitério unindo as histórias de Brasil, EUA, Portugal, Holanda e da diáspora judaica.

Inscrições. Algumas tumbas possuem inscrições em português, inglês e hebraico. Há palavras como "Faleceu" e "Aqui Jaz". Uma delas tem o nome de Gershom Mendes Seixas, um dos rabinos mais importantes da história dos Estados Unidos e com um sobrenome que não esconde suas origens portuguesas. Ele era descendente dos judeus que vieram do Recife e foi líder da congregação na época da Revolução Americana.

"Visitar o cemitério foi como viajar no tempo. Ver sobrenomes portugueses no cemitério retrata uma face interessante de Portugal e do Brasil, mostrando que o elemento judaico é integrante do tecido social brasileiro e português, com nomes completamente portugueses", afirma o executivo Sergio Suchodolsky, que visitou o cemitério com o Estado.

O israelense Efrahim Gil afirmou que esperava desde 1966 para ir ao local nesta inédita visita.

O rabino brasileiro Mendy Weitman, do Jewish Latin Center, em Manhattan, disse ser "uma honra entrar no cemitério e ver como 23 judeus vindos do Brasil conseguiram construir a maior comunidade judaica fora de Israel, em Nova York" - seu pai, o rabino David Weitman, da Congregação Beit Yaacov, em Higienópolis, região central, escreveu o livro Bandeirantes Espirituais, justamente sobre os judeus do Recife.



Escavações acharam espaço usado para banhos de purificação

Ao longo dos séculos, sinagoga localizada no Recife Antigo teve outras ocupações - de comércio de açúcar a banco

15 de julho de 2012 | 3h 02
O Estado de S.Paulo
 
 

Depois de funcionar 18 anos no século 17, o espaço da Kahal Zur Israel teve diferentes ocupações - de comércio de açúcar a banco. Em 1998, em meio a um projeto da prefeitura de revitalização do Recife Antigo, foi criada uma comissão de especialistas para resgatar a sinagoga e a história da presença judaica em Pernambuco. Consolidou-se então a ideia de transformar a antiga edificação em patrimônio histórico.

O projeto arquitetônico foi idealizado pelo arquiteto José Luiz da Mota Meneses, que recriou as características originais da Kahal Zur Israel, enquanto uma prospecção arqueológica sob comando do professor Marcos Albuquerque levou a descobertas de detalhes, como datas e materiais de paredes, pisos e telhado. Tudo fundamentado em um manuscrito de 1657 e publicado em 1839, que foi descoberto pelo professor José Antônio Gonsalves de Mello em suas pesquisas na Holanda. Seu conteúdo mostrou o inventário das casas do Recife "construídas ou reformadas por flamengos ou judeus" durante a fase do Brasil Holandês (1630-1654). Entre elas, a Sinagoga do Recife.

Nas escavações arqueológicas, foram descobertos o "Miqvê", utilizado para os banhos de purificação espiritual e renovação dos judeus e o poço que o alimenta (Bor). Um Tribunal Rabínico, composto por três autoridades no assunto, analisou os achados e confirmou tratar-se da piscina ritual, com base nas medidas do local.

O Núcleo de Pesquisa do museu tem estudos e pesquisas sobre os séculos 16, 17, 20 e 21. A biblioteca possui acervo físico e virtual, coleções de documentos - muitos já transcritos - e um banco de depoimentos de imigrantes do século 20. / A.L.


Na sinagoga diante do Central Park, nomes em português

15 de julho de 2012 | 3h 02
O Estado de S.Paulo
 
 

Os judeus do Recife mantiveram como herança nomes e influências portuguesas. Embora a maioria da Congregação Hispano-Portuguesa não descenda dos pioneiros que vieram de Pernambuco a Nova York, ritos da sinagoga diante do Central Park ainda usam expressões em português.

As cadeiras do presidente e vice da congregação são "bancos". Quem carrega a Torah é o "levantador". O coral ainda executa cânticos em português arcaico. "As diferenças entre os diferentes grupos de judeus pelo mundo não têm a ver com questões teológicas, mas históricas e de costumes, como algumas orações e rituais específicos; com roupas, comidas e inclusive línguas diferentes, apesar de o hebraico ser o idioma base dos ortodoxos. Os judeus portugueses tiveram uma forte influência da cultura católica portuguesa, que foi perpetuada em Amsterdã e Hamburgo", afirma o professor da Unifesp Bruno Feitler.

Segundo Daniel Breda, do Arquivo Histórico Judaico no Recife, cristãos-novos portugueses adotaram nomes portugueses.

Feitler acrescenta que "alguns dos convertidos espanhóis adotaram sobrenomes específicos, como Santa Fé, mas a maioria dos convertidos simplesmente tomou sobrenomes comuns ou de padrinhos. Há casos de inquisidores julgando judeus que tinham o mesmo sobrenome que eles! A ideia de que sobrenomes portugueses baseados em nome de árvore ou animal têm origem judaica é mito infundado". / G.C.


Brasil não tem mais descendente do grupo de judeus do Recife

Segundo historiador, no século 17 eles não puderam permanecer no Brasil sob domínio da coroa portuguesa

15 de julho de 2012 | 3h 01
NOVA YORK - O Estado de S.Paulo
 

Não há mais descendentes dos judeus que estiveram no Recife no século 17 atualmente no Brasil. Todos retornaram para a Holanda ou integram a árvore genealógica dos que partiram para Nova York. "A história dos 23 é realmente sui generis. Os outros navios (com judeus do Recife) voltaram aos Países Baixos (Holanda) e de lá realmente muitos 'ex-brasileiros' retornaram à América para tomar parte nas incursões colonizadoras do Caribe, não só sob bandeira holandesa, mas também francesa e inglesa. Atualmente, há remanescentes judaicos no Suriname e em Curaçau", afirma Daniel Breda, do Arquivo Histórico Judaico no Recife, que estudou a história dos judeus portugueses na Holanda.

Segundo o historiador, que tem origem judaica portuguesa, "os judeus residentes no Recife holandês não tiveram a possibilidade de permanecer no Brasil sob jugo português. Em janeiro de 1654, o comandante das tropas luso-brasileiras, Barreto de Menezes, após a capitulação dos holandeses, garantiu somente três meses de salvo-conduto aos judeus. Ele deixou bem claro que os judeus que em algum momento haviam sido batizados e voltado a exercer o judaísmo durante o domínio holandês estariam sujeitos à Inquisição".

Breda afirma haver histórias de algumas famílias que se dispersaram pelo sertão nordestino. "Mas nunca vi um estudo comprobatório que demonstre linearmente a descendência de um judeu praticante do Brasil Holandês remanescente no País. O que posso afirmar com certeza é que antes e depois dos holandeses havia cristãos-novos, às vezes de famílias convertidas havia muitas gerações, vivendo por todo o Brasil."

O historiador acrescenta que "nem todos os que estavam lá em 1630 passaram a professar o judaísmo publicamente". "Portanto, há descendentes de cristãos-novos no Nordeste inteiro, mas naturalmente, como em todo o País, trata-se de uma composição parcial da genética do brasileiro, tal como negros, índios e outros grupos caucasianos." Uma das marcas da presença judaica no Recife é a Rua Bom Jesus, antes conhecida como Rua dos Judeus. / G.C.


Recife também tem Muro das Lamentações

A exemplo do que ocorre em Jerusalém, na mais antiga sinagoga das Américas visitantes costumam deixar bilhetinhos com pedidos e orações

15 de julho de 2012 | 3h 01
ANGELA LACERDA / RECIFE - O Estado de S.Paulo
 
 

Resgatada em 1998 por um grupo de historiadores e arqueólogos, a Primeira Sinagoga das Américas, a Kahal Zur Israel, funciona como museu desde 2002 e tem sua sacralidade reconhecida por muitos dos seus visitantes. Em uma analogia com o que ocorre no Muro das Lamentações, em Jerusalém, considerado o recanto mais sagrado do Judaísmo, eles costumam colocar nas frestas das suas paredes sem reboco bilhetinhos com pedidos e orações.

A Kahal Zur Israel funcionou de 1636 a 1654 na antiga Rua dos Judeus - hoje Rua do Bom Jesus - no bairro do Recife Antigo, durante o período de ocupação holandesa. Foi construída por judeus portugueses que, perseguidos pela Santa Inquisição, refugiaram-se depois na Holanda e em outros países, como os Estados Unidos. Em Pernambuco, formaram a Kahal Kadosh Zur Israel, ou Santa Congregação Rochedo de Israel. Na época, esta parte do Brasil era quase extensão da Holanda, com liberdade de culto religioso.

"Fiz meu pedido por algo coletivo, pela paz mundial", contou a farmacêutica cearense Lia Queiroz, que mudou para o Recife há três anos e conheceu a sinagoga, visitada por uma média de 1,5 mil pessoas por mês. Para ela, qualquer lugar é bom para se pedir pelo bem da humanidade.

A turismóloga pernambucana Rosimar Holanda, que já havia conhecido a sinagoga em uma atividade do curso, reconhece o espaço como um local sagrado e pediu pela família. Os bilhetinhos são respeitados pelos funcionários da sinagoga, que só os recolhem quando eles caem naturalmente. "Mesmo assim, ninguém os abre", afirma a gestora do museu, que abriga o Arquivo Histórico Judaico de Pernambuco, Tânia Kaufman.

Muralha. O Muro das Lamentações é resquício da antiga muralha que cercava o Templo de Jerusalém, destruída pelos romanos nos anos 70 d.C., após vitória sobre os judeus.

Na mais antiga sinagoga das Américas, suas paredes foram mantidas intocadas e sobreviveram às reformas e alterações feitas no local nos últimos 362 anos, desde o fechamento da sinagoga, depois da expulsão dos holandeses. O fato, segundo Kaufman, aliado à atmosfera de espiritualidade e história, pode ajudar a explicar os pedidos e orações, a exemplo do que ocorre no Muro das Lamentações.

 

 

 

Família Lobo Leite

Família retira tesouro mineiro de velhas malas

Documentos guardados em um apartamento em Brasília revelam detalhes do Brasil colônia, especialmente de Minas, a partir da chegada da família Lobo Leite ao país. Uma herdeira e uma antropóloga estão debruçadas sobre o material e começam a identificar fotos, cartas e mapas

Renato Alves -

Publicação: 15/07/2012 07:09 

Atualização: 15/07/2012 07:42

Portal Uai

Brasília – Por três décadas, documentos centenários que contam parte da história de Minas Gerais e do país estão guardados em um apartamento do Bloco F da 311 Sul, na capital federal. Alguns desses papéis vêm sendo preservados há séculos por integrantes de uma família com origem em Portugal e detentora de títulos do império, que veio para o Brasil na época das sesmarias, se mudou para o interior mineiro no auge do Ciclo do Ouro e acabou se estabelecendo, em sua maioria, no Distrito Federal. O mistério em torno desse tesouro começa a ser desvendado por uma das herdeiras, com a ajuda de uma antropóloga da Universidade de Brasília. Elas pesquisam milhares de páginas e fotografias, amareladas pelo tempo.

Ambas decidiram, há um mês, abrir as duas malas de couro nas quais estavam o acervo. Desde então, marcam encontros semanais para identificar o conteúdo — também entraram em contato com o Arquivo Histórico de Minas Gerais e o Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro, para uma possível restauração e guarda dos documentos. Há dezenas de autorizações emitidas pelo Reino de Portugal para exploração de fazendas e jazidas em Minas; mapas feitos a mão para a construção de estradas de ferro e da topografia de cidades, serras e fazendas da região de Ouro Preto; cartas pessoais; todo  tipo de registros cartorários; e retratos em preto e branco. 

O mais antigo documento identificado até agora data de 1793 e partiu da Corte portuguesa. Existe ainda uma carta de sesmaria assinada por dom. Manoel de Portugal, de 1821, e fotos feitas em Paris, em 1891. Os retratos mostram integrantes da família Lobo Leite, dona de tal acervo. Por muito tempo, ela foi a mais influente de Congonhas, na Região Central de Minas.  Tanto que dá nome a um povoado afastado do Centro da cidade, próximo ao município de Ouro Branco. O distrito tem o segundo maior e mais importante conjunto arquitetônico da cidade. O primeiro é o do Centro Histórico de Congonhas, onde, entre outros, ficam os profetas de Aleijadinho.

Lobo Leite também denomina a estação ferroviária de Congonhas. E dos representantes mais ilustres da família está o engenheiro Francisco Lobo Leite Pereira (1843-1920), chefe do prolongamento das Estradas de Ferro Central do Brasil. A maioria dos documentos guardados no apartamento em Brasília pertencia a ele, que instruiu os filhos a preservarem os papéis e, assim, criou-se uma tradição. A família doou grande parte dos arquivos ao Arquivo Nacional, em 1947. Outro tanto se perdeu com o abandono do casarão da família Lobo Leite. Construído no século 19, no povoado de Lobo Leite, o imóvel sofreu até um incêndio. Doado ao poder público, é restaurado pela prefeitura.

Olhar sobre uma época Para a antropóloga Verônica Lins de Oliveira Maia, os documentos conservados pelos Lobo Leite descrevem um período da história do Brasil. "Remontam a uma história comprida, rica, além dos valores de uma época, como a participação das mulheres e dos escravos na sociedade", observa. Entre outras descobertas, ela identificou comprovações sobre um dos Lobo Leite investigado pela Corte portuguesa por supostamente integrar o movimento da Inconfidência Mineira, que custou a cabeça de Tiradentes. "Ele acabou absolvido por falta de provas. Salvou o pescoço", conta.

Outro personagem que ela destaca é o médico Álvaro Lobo Leite Pereira. "Ele integrou a equipe do Instituto Osvaldo Cruz que mostrou a necessidade do iodo no sal", diz a antropóloga. Verônica Maia deu início a esse trabalho a convite da amiga e advogada Iara Lobo de Figueiredo, de 44 anos. "Minha mãe sempre dizia para guardar bem as malas, que ali havia muita coisa curiosa da história da nossa família e de Congonhas, mas que era para abri-las depois da morte dela", lembra.

Os Lobo Leite se mudaram para Brasília em 1976. Maria Alice Lobo Leite Burle, a tia que criou Iara como filha, morreu em 2008, aos 74 anos. Mas, no apartamento da família, ainda ficaram o marido, o médico Maurício Carvalho Burle, e um dos seis filhos dela, Lauro. Maurício morreu em dezembro último, aos 84 anos, e o filho, há pouco mais de um mês, com 54. "Meu irmão era o último guardião desses documentos. Achei que estava na hora de abrir essas malas", explica Iara Lobo.

Paciência e delicadeza Ela e a amiga Verônica Maia costumam se reunir às quartas-feiras no apartamento da 311 Sul, onde ninguém mais mora. O resgate que as duas fazem exige paciência e olhar clínico. A maioria dos papéis contém grafia e linguagem de difícil compreensão. Os papéis, além de amarelados, acumularam poeira. Muitos acabaram tendo parte destruída por traças. "Um documento de uma companhia inglesa que dizia respeito à construção da Estrada de Ferro Dom Pedro II espatifou em minha mão. Por essas e outras, precisamos da ajuda de especialistas", pondera Iara.

O apartamento em Brasília é um dos poucos bens em comum dos Lobo Leite, que, apesar das sesmarias, das jazidas de ferro e da pedra-sabão no interior de Minas, não acumulou fortuna. O maior legado da família foi o conhecimento, por meio de juristas, médicos, políticos e diplomatas. Tudo documentado, com parte doado ao Arquivo Nacional. Outro tanto está à espera do interesse e dos cuidados dos estudiosos, em duas malas de couro muito bem guardados em um agora desabitado imóvel da capital federal.

M
emória

Expansão da agricultura


Portugal estabeleceu a Lei das Sesmarias em 1375, para ajudar no avanço da agricultura, que se encontrava abandonada em virtude das batalhas internas e da peste negra. Essa lei chegou ao Brasil, de forma adaptada, em 1536, quando o rei dom João III instituiu as capitanias hereditárias. Ele criou 14 distritos, partilhados em 15 lotes e repartidos entre 12 donatários, indivíduos que receberam as terras como doação do governo português e, em contrapartida, tornaram-se pessoas de confiança da realeza.Os donatários, no entanto, tinham que pagar impostos à monarquia. A partir da instituição das capitanias, foi inserido o sistema de sesmarias — pedaço de terra devolvido ou abandonado, prática comum durante o Brasil colônia. Cabia a esses donatários permitirem que os colonos cultivassem os nacos de terra e os tornassem novamente produtivos. Caso o proprietário não fertilizasse a terra para a produção e a semeasse, ela seria repassada a outro agricultor que tivesse interesse em cultivá-la.

Documentos do brasil
Fundado em 1838, o Arquivo Nacional é subordinado ao Ministério da Justiça e responsável pela gestão da produção documental da administração pública federal. Do acervo, a partir de 2007, conjuntos de documentos sobre a Inconfidência, a Lei Áurea, as Relações de Vapores (chegada de imigrantes) e o Fundo Agência Nacional, com filmes produzidos pelos serviços de comunicação do governo federal como o extinto Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), foram registrados como Memória do Mundo do Brasil.

Mudanças

A estação foi inaugurada em 1886 com o nome de Soledade, como se chamava o povoado. Mais tarde, passou a se chamar Congonhas, pelo fato de estar nesse município. O nome de Lobo Leite foi dado em 1907. Agora, está em restauro. Deverá ser entregue à comunidade até o fim do ano. Abrigará um telecentro e um salão destinado a artesãos.

Fim social

As ruínas da edificação foram doadas ao município pelos Lobo Leite para que sejam restauradas e ganhem um fim social. A obra começou em maio e o prazo para que a construtora entregue a obra termina em dezembro.

Esculturas
Também conhecida como esteatito, uma variedade de esteatita, a pedra-sabão é muito usada em Minas Gerais para esculturas e ornatos arquitetônicos. Também calçam muitas ruas estreitas das cidades históricas, como Ouro Preto. A resistência e a dureza podem ser comparadas às do mármore, com a vantagem de ser também refratária, suportando temperaturas elevadas.

 

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