01/01/2011
Aos 40 anos, o Museu do Recôncavo Wanderley Pinho, na Bahia, está passando por restauro. A casa do século XVIII será reaberta em 2014
Desde o século XVIII, moradores e visitantes do Engenho Freguesia, no município de Candeias, na Bahia, aproveitavam a vista do mar calmo da Baía de Todos os Santos. Também se encantavam com os quatro andares do casarão, com 55 cômodos, uma capela e o acervo de mais de 200 peças produzidas desde o século XVII, entre roupas, pinturas, objetos de decoração e móveis. Na última década, no entanto, só alguns funcionários puderam circular pelo local. Sem passar por reformas desde a década de 1970, o prédio corria o risco de desabar. A um mês de completar 40 anos como sede do Museu do Recôncavo Wanderley Pinho, o casarão está sendo restaurado, e só deverá ser reaberto em 2014. O dinheiro é curto, mas já há muitos planos para o futuro, como expor peças de arte contemporânea nos jardins.
No lugar onde hoje está o casarão, antes havia outro engenho, saqueado e incendiado por holandeses no século XVII. Desde que foi reconstruído, no século seguinte, passou por períodos de apogeu e decadência até chegar às mãos de José Wanderley de Araújo Pinho (1890-1967), herdeiro que idealizou o museu. Pinho ocupou diversos cargos públicos e defendeu no Congresso Nacional um projeto que acabou levando à criação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O órgão tombou o casarão, e em fevereiro de 1971 o museu foi inaugurado.
"Este é um dos poucos lugares no Recôncavo Baiano que mantêm a arquitetura de engenho original. Mas não dava nem para entrar ali. Chovia dentro da casa, as vigas de madeira estavam podres. Às vezes eu penso: será que eles queriam que a casa realmente caísse?", questiona Daniel Rangel, responsável pela Diretoria de Museus do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Dimus). O acervo, incluindo o mobiliário original do casarão, não sofreu danos graves porque está armazenado no Palácio da Aclamação, em Salvador, há cerca de dez anos. A casa ficou vazia, mas as obras só começaram em 2009. As estruturas foram estabilizadas, o telhado e os pisos foram trocados, e, até junho, toda a parte externa também estará recuperada.
O projeto recebeu auxílio da Petrobras e do governo da Bahia, mas ainda falta muito para se chegar aos R$ 9 milhões necessários para as obras. Uma etapa que precisa de financiamento é a reconstrução da fábrica de açúcar, que acabou ruindo nos últimos anos. "Visitei o museu nos anos 1980, e parte da fábrica ainda estava inteira. Tinha atores encenando como se moía a cana e fazia cachaça, naqueles fornos e panelas gigantes", diz Rangel. A equipe também já começa a pensar em projetos futuros para atrair mais visitantes. Candeias tem uma população pequena, e poucas escolas de Salvador, a 65 quilômetros dali, tinham o hábito de fazer o passeio até o museu. As ideias incluem o aproveitamento da área do entorno, considerada patrimônio natural, para a criação de um centro de pesquisas biológicas, e a construção, ao lado, de um hotel ou pavilhão.
Aos 40 anos, o Museu do Recôncavo Wanderley Pinho, na Bahia, está passando por restauro. A casa do século XVIII será reaberta em 2014
Desde o século XVIII, moradores e visitantes do Engenho Freguesia, no município de Candeias, na Bahia, aproveitavam a vista do mar calmo da Baía de Todos os Santos. Também se encantavam com os quatro andares do casarão, com 55 cômodos, uma capela e o acervo de mais de 200 peças produzidas desde o século XVII, entre roupas, pinturas, objetos de decoração e móveis. Na última década, no entanto, só alguns funcionários puderam circular pelo local. Sem passar por reformas desde a década de 1970, o prédio corria o risco de desabar. A um mês de completar 40 anos como sede do Museu do Recôncavo Wanderley Pinho, o casarão está sendo restaurado, e só deverá ser reaberto em 2014. O dinheiro é curto, mas já há muitos planos para o futuro, como expor peças de arte contemporânea nos jardins.
No lugar onde hoje está o casarão, antes havia outro engenho, saqueado e incendiado por holandeses no século XVII. Desde que foi reconstruído, no século seguinte, passou por períodos de apogeu e decadência até chegar às mãos de José Wanderley de Araújo Pinho (1890-1967), herdeiro que idealizou o museu. Pinho ocupou diversos cargos públicos e defendeu no Congresso Nacional um projeto que acabou levando à criação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O órgão tombou o casarão, e em fevereiro de 1971 o museu foi inaugurado.
"Este é um dos poucos lugares no Recôncavo Baiano que mantêm a arquitetura de engenho original. Mas não dava nem para entrar ali. Chovia dentro da casa, as vigas de madeira estavam podres. Às vezes eu penso: será que eles queriam que a casa realmente caísse?", questiona Daniel Rangel, responsável pela Diretoria de Museus do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Dimus). O acervo, incluindo o mobiliário original do casarão, não sofreu danos graves porque está armazenado no Palácio da Aclamação, em Salvador, há cerca de dez anos. A casa ficou vazia, mas as obras só começaram em 2009. As estruturas foram estabilizadas, o telhado e os pisos foram trocados, e, até junho, toda a parte externa também estará recuperada.
O projeto recebeu auxílio da Petrobras e do governo da Bahia, mas ainda falta muito para se chegar aos R$ 9 milhões necessários para as obras. Uma etapa que precisa de financiamento é a reconstrução da fábrica de açúcar, que acabou ruindo nos últimos anos. "Visitei o museu nos anos 1980, e parte da fábrica ainda estava inteira. Tinha atores encenando como se moía a cana e fazia cachaça, naqueles fornos e panelas gigantes", diz Rangel. A equipe também já começa a pensar em projetos futuros para atrair mais visitantes. Candeias tem uma população pequena, e poucas escolas de Salvador, a 65 quilômetros dali, tinham o hábito de fazer o passeio até o museu. As ideias incluem o aproveitamento da área do entorno, considerada patrimônio natural, para a criação de um centro de pesquisas biológicas, e a construção, ao lado, de um hotel ou pavilhão.
FONTE: Revista de História da Biblioteca Nacional
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