A Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) deu parecer favorável, recentemente (09/09/2008) ao projeto de lei que institui o Dia Nacional do Historiador. O próximo passo é a apreciação, respectivamente, pela Câmara dos Deputados e pelo Plenário do Senado.
A proposta que homenageia os historiadores (PLS 570/07) é de autoria do senador Cristovam Buarque (PDT-DF). Originalmente, o texto estabelecia que a data seria celebrada no dia 12 de setembro. Mas o relator da proposição na CE, senador Augusto Botelho (PT-RR), propôs uma emenda - aprovada pela comissão - que altera a comemoração para o dia 19 de agosto.
A nova data foi escolhida para homenagear Joaquim Nabuco, que nasceu em 19 de agosto de 1849 e também foi historiador.A Justificação do Projeto de Lei segue abaixo, na íntegra, para conhecimento dos membros do Café História. Curioso notar que o boom de memória é que atinge os próprios historiadores, que agora parecem ter o seu próprio "lugar de memória", conforme conceito elaborado pelo historiador francês Pierre Norá, nos anos de 1980.
PROJETO DE LEI DO SENADO N° XXXXXXX , DE 2007
Institui o dia "Dia Nacional do Historiador", a ser celebrado anualmente no dia 12 de setembro.
O CONGRESSO NACIONAL decreta:
Art. 1º Fica instituído o "Dia Nacional do Historiador", a ser celebrado no dia 12 de setembro.
Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
JUSTIFICAÇÃO: Um povo sem história é um povo sem memória.
Essa afirmação, mais que um dito já popular, é também uma verdade histórica, pois todos os agrupamentos humanos que não preservaram sua memória - em histórias, documentos, objetos de arte e arquitetura - acabaram sucumbindo a ditaduras e até acabaram por desaparecer da face da Terra.
Por essa razão, não apenas a disciplina que trata das histórias dos povos deve merecer nossa atenção, mas também os cientistas que se dedicam a essa tarefa tão nobre.Obviamente, a história se faz por seus protagonistas: lideranças políticas, religiosas e econômicas, por um lado; grupos populares, lutas contra a opressão e pela libertação, por outro. E para registrar tudo, o historiador. E de tal modo é importante o papel dos historiadores que, por vezes, eles ajudam, também, a reconfigurar a história de um País.
Ao lado da Filosofia e da Literatura, a História está presente desde os primeiros momentos da nossa tradição ocidental, constituindo um dos saberes mais antigos de nossa civilização. No entanto, somente no século XIX, com o desenvolvimento de vários instrumentos de pesquisa e de análise de documentos, a História alçou seu caráter de disciplina científica, com arcabouço teórico e método próprios.
Ao buscar estabelecer os fatores explicativos confiáveis da ação humana no passado e no presente, a História ganhou reconhecimento entre as chamadas Ciências Humanas e Sociais.Desde então, passou a desempenhar um papel relevante na construção da identidade de várias nações.
Assim como cada indivíduo tem uma memória pessoal, cada sociedade constrói uma memória coletiva; cada Estado promove uma marca própria. Ao longo dessa trajetória de afirmação da disciplina, a figura do historiador tornou-se cada vez mais relevante não apenas para a obtenção do conhecimento histórico, mas também para a preservação da identidade das diversas nações e povos.
Diante disso, nada mais justo que a instituição de um dia nacionalmente dedicado à celebração e ao reconhecimento desse profissional tão importante.Sendo assim, espero contar com o apoio dos colegas parlamentares a esta iniciativa que ora apresento, em prol da nossa História.
Sala das Sessões,
Senador CRISTOVAM BUARQUE
Fonte: Agência Senado e Café História
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